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Geral

Aliança Evangélica na Antena 1 – Novos Horários

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Há mais de 25 anos que a Aliança Evangélica Portuguesa marca presença na televisão pública (RTP 2), primeiramente através do programa “Caminhos” e depois também pelo “Luz das Nações” (inserido no espaço “Fé dos Homens”). E há 12 anos que estamos também na Antena 1 com os nossos programas de rádio, tal como acontece com outras confissões religiosas radicadas em Portugal.
Este ano, com  a entrada da nova grelha de programação da Antena 1, passamos a estar em antena com novos horários. Tome nota:

Quintas-feiras após as 00h00 (AEP está na 3ª e última 5ª feira de cada mês)

Sábados e domingos às 6h00 da manhã (AEP está no terceiro fim-de-semana de cada mês e, por vezes, também no último)

Nota ainda para a primeira quinta-feira de cada mês, na qual será transmitido um diálogo inter-religioso sobre temas da atualidade, envolvendo a participação rotativa das diferentes confissões religiosas envolvidas nestes tempos de emissão. A propósito, veja aqui o Comunicado da CTECR (Comissão do Tempo de Emissão das Confissões Religiosas).


Todos os programas transmitidos ficam também disponíveis em Podcasts da Antena 1 (procurar programa “A Fé dos Homens” em  https://www.rtp.pt/play/podcasts/tema/antena1
Continuamos, assim, empenhados em transmitir fé e esperança através de cada oportunidade que Deus nos tem concedido, nomeadamente através destas portas abertas na RTP 2 e Antena 1.

I Congresso EUNOIA – Federação Social Cristã Evangélica

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No próximo dia 12 de março será realizado o I Congresso da EUNOIA – Federação Social Cristã Evangélica

Nas instalações da ABLA- Associação de Beneficência Luso-Alemã em CARCAVELOS (com possibilidade de participação online)

Das 10h00 e as 13 horas

INSCRIÇÕES OBRIGATÓRIAS E LIMITADAS – – https://forms.gle/ZkRh6KKb1M6HYPpz7

Para todos os que estão ou desejam estar mais envolvidos em trabalho social, com várias organizações evangélicas que estão no terreno. Amar e servir o próximo, como Jesus nos ensinou!

Acima da Covid

526 706 Aliança Evangélica Portuguesa

“Boa tarde. É a mãe da Melissa?”

“Sim, sou.”

No écran rectangular do telemóvel vejo o rosto de uma enfermeira, coberto por uma máscara, uma viseira e uma touca. Entendo logo que é do Hospital onde a nossa filha mais nova está internada.

Ali fomos numa madrugada, dias antes, porque ela tinha tosse, febre, um nível  baixo de oxigénio… Entrou nas Urgências e ficámos no carro a aguardar ali mesmo em frente, no parque de estacionamento que se foi esvaziando com o correr da noite, nunca imaginando o que viria a seguir. Acabou por ficar internada.

Dois dias depois, chega o telefonema rápido dela, numa voz ansiosa: “Mãe, vou ser ligada ao ventilador. Avisem o meu marido, amo-vos muito…” Foi angustiante, demolidor.

Os dias passaram-se, entretanto, lentos, pesados e dolorosos. ” O estado dela ainda é crítico mas está a evoluir favoravelmente.” As palavras dos médicos que Deus usou foram-nos sustentando o ânimo. Dias depois, chegou a grande notícia: Já foi tirada do ventilador! E agora chegava este contacto, pelo Whatsapp.

“Quer vê-la e falar com ela?” Perguntou a enfermeira. “Sim, claro!” respondo, ainda a refazer-me da surpresa. Sim, a Melissa já fora retirada do ventilador, onde estivera em coma induzido durante uns dias, a lutar pela vida. E agora poderíamos vê-la.

O aparelho de ventilação não invasiva deixa a descoberto um pouco do seu rosto. Contudo, os olhinhos focam-se em nós, e comovem-se. Não pode falar devido ao aparelho, nem conseguiria ainda, sabemos. Contudo, vê-la e dizer-lhe que a amamos enche a nossa alma e a dela.

Passaram-se mais uns dias. Finalmente saiu da Unidade de Cuidados Intensivos e passou para a Enfermaria. Agora já é ela própria a ligar o Whatsapp e a falar comigo. “Mãe, como estão? Estive entre a vida e a morte. Temos que nos proteger muito deste vírus. A vida é tão preciosa!”

Bebo cada palavra que diz. O seu sorriso, num rosto agora mais magro, ilumina-me e aquece-me como um raio de sol.  Está grávida de 7 meses e assegura-nos: “Vieram fazer mais uma ecografia. A bebé está bem!” Tinham-nos falado de uma cesariana de urgência que, graças a Deus, não chegou a acontecer.

A gratidão a Deus, aos muitos familiares e amigos que oraram, aos médicos e enfermeiros que deram o seu melhor para a ajudar, é infinita, muito maior do que é possível expressar…

“Mãe, podes trazer-me uns pastéis de nata, uns pães de leite… O médico disse que o meu açúcar está baixo e precisa de subir…” A médica já me informara que essa era agora uma preocupação. “Sim, vamos levar… Queres que levemos também frango assado? A médica disse que podemos levar um prato que tu gostes…” “Sim!” O seu apetite delicia-nos. Há-de recuperar o peso perdido, a mobilidade, as forças…

Já teve uma única visita permitida, do marido. Choram emocionados ao ver-se, de novo. O filho, de 2 anos e meio, aguarda em casa o seu beijo e o seu abraço, e diz que “a mãe tem dói-dói e foi ao médico.” Um dia conhecerá a história do vale profundo de onde o Senhor a salvou.

“No mundo terei aflições…” (João 16:33) Este foi um aviso de Jesus. Muitos anos antes, o salmista já concluíra que: “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.” (Salmo 34:19).

Agradecemos ao Senhor este grande livramento, que nos ofereceu no seu imenso poder, muito acima do Covid!  Vimos a vida da nossa filha em “situação periclitante”, como nos foi dito, abalada por um vírus que tem espalhado doença e morte por todo o mundo, e vimos também sair de lá gradualmente, dia após dia. Muitas orações subiram diante de Deus, em seu favor e da nossa pequenina neta que ainda não nasceu, de um verdadeiro exército de intercessão em diversos países. Orações de familiares, de amigos e de muitas pessoas que nem conhecemos. A nossa imensa gratidão a todos!

“Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso, estamos alegres!” (Salmo 126:2)

Bertina Coias Tomé
Psicóloga, Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde e Psicologia Comunitária

Alianças Evangélicas pedem orações pela Ucrânia

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WEA e Aliança Evangélica Europeia pedem orações pela paz na Ucrânia

Nova York, NY – 31 de janeiro de 2022

A Aliança Evangélica Mundial (WEA) juntamente com a Aliança Evangélica Europeia (EEA) pede orações pela paz entre a Ucrânia e a Rússia no meio das crescentes tensões.

O Bispo Dr. Thomas Schirrmacher, Secretário Geral da WEA, diz: “A WEA está muito preocupada com a potencial escalada do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Juntamo-nos aos nossos irmãos e irmãs em ambos os países para chamar a nossa comunidade global para orar pela paz e reconciliação na região”.

“Há tensões na fronteira entre os dois países desde 2014, mas há um risco significativo de que qualquer guerra possa atrair outras nações e continentes. Portanto, não estamos apenas orando por uma desescalada imediata, mas também por uma paz duradoura e uma restauração de relações respeitosas entre a Rússia e a Ucrânia, bem como para a região mais além”, comentou Schirrmacher.

Os evangélicos de ambas as nações estão orando e jejuando pelo fim do conflito de anos que já custou milhares de vidas e instilou uma atmosfera de ansiedade e stress na população em geral. Eles estão preocupados com a retórica cada vez mais tensa, mas continuam esperançosos de que uma deterioração da situação possa ser evitada. Numa expressão de unidade que transcende nacionalidades e política, os crentes russos e ucranianos também oram regularmente uns pelos outros.

Comentando sobre a situação contínua, Thomas Bucher, secretário-geral do AEE, disse que “tanto a Rússia quanto a Ucrânia são nações soberanas, tendo o direito de viver sem medo de ataque, mas também o dever de viver pacificamente como vizinhos. Dados os desenvolvimentos políticos e militares nos últimos anos, cada lado pode perceber o outro como uma ameaça, mas não há absolutamente nenhuma justificação para o governo russo continuar a interferir no leste da Ucrânia ou mesmo iniciar uma invasão.”

Bucher ressalta que a verdadeira esperança agora está naqueles que levantarão suas vozes para construir a paz. “Precisamos orar para que os pacificadores e campeões da verdade falem alto na Rússia, na Ucrânia e nos territórios autónomos”, diz ele.

CONTATO EDI:

Timothy K. Goropevsek

Diretor de Comunicação

timothyg@worldea.org +1 212.233.3046

Mais de dois bilhões de cristãos no mundo hoje são representados por três corpos da igreja mundial. A Aliança Evangélica Mundial (WEA) é uma delas, mais de 600 milhões de evangélicos pertencentes a igrejas que fazem parte de 143 Alianças Evangélicas nacionais em 9 regiões. Lançada em Londres em 1846, a WEA une evangélicos de todas as denominações para oração, evangelismo, missão, educação teológica, liberdade religiosa, defesa dos direitos humanos e engajamento numa ampla gama de questões sociais. Fala a uma só voz nas Nações Unidas, governos e média em público ou por meio da diplomacia nos bastidores sobre questões de interesse comum para a Igreja. Para obter mais informações, visite worldea.org.

Aliança Evangélica Mundial

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Semana Universal de Oração

1024 768 Aliança Evangélica Portuguesa

Como já vem sendo habitual, é com enorme alegria que convocamos todos os irmãos e irmãs a juntarem-se a nós, no início de um novo ano, para mais uma Semana Universal de Oração, que este ano tem como tema ” SHABAT: Viver de acordo com o ritmo de Deus” .

De 9 a 16 de janeiro faremos reuniões de oração locais, presencialmente e/ou online. Agenda de Oração (com as datas e locais).

Disponibilizamos aqui também o Guia de Oração que este ano foi produzido pela Aliança Evangélica Suíça.

Que esta semana possa ser de grande bênção para todos nós!

A graça comum

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Há dias, nas minhas leituras bíblicas diárias, cruzei-me, num comentário bíblico, com este conceito: “graça comum”. Neste momento estou a ler a paráfrase da Bíblia “A Mensagem” e Eugene Peterson, o autor, apresenta este conceito.

A verdade é que vivemos numa era de eventos, de grandes acontecimentos, da visibilidade, das celebridades, do impacto, do relevante, do grande, do heróico.

Esta cultura da imagem, do visual e do visível, para alguns sociólogos, surgiu com a emergência das cidades, na era pós-moderna, a que alguns chamam cidades-espetáculo. A beleza destas cidades já não vem dos detalhados edifícios esculpidos a cinzel, mas das luzes, da cor, do néon, que enche os olhos e cria espaços novos nos quais circulam as pessoas anónimas, parte da multidão citadina.

Parece um contrassenso – na cidade onde o espetacular é destacado, as pessoas tornam-se anónimas, a não ser que, consigam elas própria, também grande destaque pela realização de algo espetacular.

Na Bíblia, conhecemos uma série de pessoas que se destacam. Aliás, a própria Bíblia diz que “em Deus, faremos proezas” Salmos 60:12, portanto, nada contra o destaque, a influencia, o heroísmo.  Sim, há personagens bíblicos que são autênticos heróis – a sua fé e confiança em Deus levaram-nos a feitos incríveis e ficaram famosos. A sua fama dura até hoje, milhares de anos depois. Aliás, temos até um capítulo da Bíblia chamado o capítulo dos “heróis da fé” (Hebreus 11). Ter um filho aos 90 ou 100 anos, não é para todos, estar numa cova de leões e sobreviver também não, ser engolido por uma baleia e ter uma segunda oportunidade, não é, de todo, para qualquer um, nem sequer matar um gigante com uma pedrinha de riacho. O próprio Jesus nos encorajou “Digo a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai.” (João 14:12). Coisas maiores do que Jesus fez, coisas maiores do que ressuscitar Lázaro, morto há 4 dias? Uau! Eu quero! Alguém mais quer?

Mas, paralelamente a estes nossos irmãos heróis, lemos também os exemplos, tão importantes, usados por Deus, nos detalhes, na vida do dia a dia, alguns dos quais, nem o nome conhecemos, e que são ilustração para nós da tal, graça comum. Eugene Peterson, faz uma pergunta relevante: porque são eles incluídos na narrativa bíblica? A resposta que ele apresenta é: Precisamos de alguém que não seja excecional na história. Se enfatizamos demais os aspetos excecionais da vida cristã, daremos desculpas a vida inteira de não vivermos segundo esses mesmos aspetos. As mínimas coisas são tão essenciais quanto as grandes realizações. A graça comum manifesta-se nas tarefas diárias da vida pelas pessoas e com elas. É um dom de Deus que faz que isso seja possível A graça comum é a cola que une as horas do dia que as pessoas passam juntas. A graça comum não produz feitos heroicos, ela simplesmente providencia a força e o amor que lava os pratos, que faz que um vizinho desagradável seja tratado com gentileza, que suporta a dor que não tem alívio, que ora cem cessar, mesmo sem ter visões, que serve sem desejar reconhecimento, que faz o que é simples.

Na Bíblia, vejo a graça comum, entre muitos outros exemplos, no estalajadeiro que terá oferecido a estrebaria para Jesus nascer (Lucas 2:7), no homem que terá emprestado o jumento para Jesus entrar em Jerusalém (Mateus 21), na menina israelita, que sabia que Deus poderia curar Naamã (II Reis 5), na força apaziguadora de Abigail (I Samuel 25).

Neste fim de ano, reflete um pouco onde podes encontrar esta graça comum na tua vida: na pessoa que confeciona as refeições, e consegue unir a família à volta de uma mesa, na colega que oferece os bombons, no avô que cuida da horta e oferece os frutos, no padeiro que oferece  o pão que sobra aos mais carenciados.

E tu? Na vida de quem podes ser graça comum? Podes cantar uma música à janela, daquela vizinha que vive sozinha, podes oferecer alimentos à família que tem falta deles, podes convidar para a tua ceia de Natal aquele migrante que não tem ninguém, podes dizer “bom dia” ao casal que mora ao lado, e as demais ocasiões onde podes ser graça comum, tu saberás.

Para terminar, desejo-vos um ano de 2022 cheio de grandes realizações, mas que os próximos 365 dias sejam também e principalmente cheios de graça comum, daqueles feitos pequenos, que tornam os dias mais doces, as horas mais felizes, que oferecem sentido e aconchego ao quotidiano, que nos tornam, a todos, mais humanos, e ao mesmo tempo, portadores do favor divino que é a Graça que há em Jesus – para os grandes milagres e para as pequenas coisas. Felicíssimo 2022!

Elsa Correia Pereira

Socióloga

O número do Natal

960 702 Aliança Evangélica Portuguesa

Recordo-me bem da altura em que aprendi a escrever o número 1. Foi o meu pai que me ensinou, teria eu uns 4 ou 5 anos. Ele escrevia-o lentamente, fazendo deslizar o lápis, enquanto dizia, com carinho: “É assim, filha: para cima e para baixo”. Depois era a minha vez de escrever e, pela minha idade, eu escrevia-o “em espelho”. Com paciência, ele exemplificava de novo…

Este foi o primeiro número que aprendi a escrever como, provavelmente, sucedeu com todos nós. E, hoje, venho propôr-vos uma reflexão rápida sobre este número, o 1.

Topo

Em diversos contextos, assume-se como o mais importante, atribuído àquele que está ou chegou em primeiro lugar. Sim, foi o que conseguiu alcançar a meta ou o topo antes de qualquer outro. E representa a vitória, em alguns casos a medalha de ouro. O melhor aluno, o melhor vendedor, o atleta mais veloz, o profissional mais competente, o cargo mais elevado de uma instituição…

Desalento

Contudo, também é comum o número 1 expressar desânimo.

Quantos clientes tens? 1

Quantos quadros já pintaste? 1

Quantos alunos são? 1

Quantos seguidores tens na rede social? 1

Quantos produtos já vendeste? 1

A motivação fragiliza-se perante este número pequeno e pode ditar o fim de um projecto que se desejava bem-sucedido.

Ponto de partida

A verdade é que também pode representar um ponto de partida, um começo. Todo o grande empreendimento se iniciou exactamente por aí, por 1. A inscrição do primeiro participante, o primeiro cliente, a primeira encomenda, o primeiro trabalho concluído, o primeiro artigo, a primeira música que se compõe… Um passo, um degrau, no início de cada percurso.

Assim, será interessante pararmos para pensar em algum 1 que esteja presente na nossa vida. Pode significar o topo, a escassez ou, quem sabe, um ponto de partida. Contudo, ainda há um outro significado precioso, referido por Jesus…

Unidade

Na sua oração ao Pai, Jesus expressa um anseio: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” (João 17:21)

Como cristãos, somos chamados a ser 1. Aqui torna-se um número difícil, elevado, exigente. Chegar lá, constitui-se como um alvo, um desafio diário, uma arte ditada pelo amor… Na diversidade que somos, na singularidade que nos define individualmente, ser um significa exercitar o respeito pelas diferenças, o acolhimento, a complementaridade, o apreço pelo outro e a paixão por servi-lo.

Precisamos de lembrar este desígnio divino para nós como cristãos, sobretudo quando não concordamos, tomamos decisões diferentes, divergimos na forma de ver, de pensar. Neste tempo em que a solidão se tem ampliado de uma forma preocupante, numa forma mais dispersa de viver, descrita em detalhe no livro recente “O Século da Solidão”, de Noreena Hertz, com referências de inúmeros estudos que demonstram o evidente impacto na nossa saúde física e emocional, a proximidade e a intimidade como comunidade cristã precisam de ser intencionalmente procuradas e desenvolvidas. Não permitamos que a aridez dos dias ou as divergências naturais de opinião e decisão entre nós nos dividam e enfraqueçam.

O nosso número

Este Natal pode ser mais uma oportunidade de cultivar o sentido de unidade que tanto agrada a Deus. Vamos fazer do 1 o nosso número. Levantemo-nos num sentido de urgência e de entreajuda, como se fôssemos um só. Será possível? Sim, é. Aconteceu no tempo de Esdras: “Então se levantou Jesuá, seus filhos, e seus irmãos, Cadmiel e seus filhos, os filhos de Judá, como um só homem, para dirigirem os que faziam a obra na casa de Deus.” (Esdras 3:9).

Jesus disse que será assim que o mundo irá crer! (João 17:21).

Para todos, votos de um Natal unido e abençoado!

Bertina Coias Tomé
Psicóloga, Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde e Psicologia Comunitária

Ter mais uma filha… Que tal?

960 640 Aliança Evangélica Portuguesa

Estaciono o carro junto àquele edifício de cor branca. Dentro de mim antecipo já o bem-estar que ali me será proporcionado.

Marquei o tratamento para as 10 horas e ali estou, a tempo. Entro, e deixo-me envolver pelo ar fresco do ar condicionado, que alivia o calor forte desta zona do Texas.

Ela vem ao meu encontro, com o seu sorriso habitual. O cabelo liso e negro emoldura-lhe o rosto de traços orientais.

Conhecemo-nos há meses atrás e temos conversado muitas vezes, enquanto ela me trata os pés cuidadosa e carinhosamente. É natural do Vietname. Longe do seu povo, da sua cultura, trabalha aqui nos Estados Unidos há alguns anos. Cada pé merece, das suas mãos hábeis, todo o cuidado, num dia-a-dia muito preenchido.

E hoje, assim sucederá. Sento-me confortavelmente numa cadeira de assento macio. Os meus pés são mergulhados numa bacia de água morna. Os cantos das unhas são cortados meticulosamente, sem que aconteça o descuido de algum golpe.

Entretanto, vamos conversando, como já é costume. Acompanho as vivências que decide partilhar comigo e eu dou-lhe a conhecer aspectos da minha vida. E ali tem crescido uma amizade.

As asperezas e calosidades são removidas dos pés, uma a uma. Sei que no dia seguinte, quarta-feira, será a sua folga, como sempre. Recomendo-lhe que tire tempo para descansar. Precisa de equilibrar as tarefas com o devido repouso, para não entrar em exaustão. Afinal, uma vela não deve queimar-se dos dois lados.

No fim, os pés são massajados com uma loção de aroma agradável. Ficaram “como novos”. Irão voltar aos sapatos num conforto muito maior. Caminharei de volta para o carro como se andasse sobre nuvens!

Olha-me, com o sorriso afável de sempre, e surpreende-me com um pedido: “Sabe, a minha mãe vive tão longe, no Vietname… A Carmina pode ser a minha mãe aqui?”

Olha-a, com emoção. Percebo que, no meio de tantas conversas entre nós, viu em mim a solicitude ou o carinho de uma mãe. “Sim, claro que posso!”

Acredito que Deus pode ampliar o nosso colo para que receba mais filhos do que aqueles que demos à luz. Eu tive cinco filhos mas Ele tem-me dado outros para amar e cuidar porque, afinal, existem diferentes formas de ser pai e de ser mãe.

E vêm-me à mente um momento da vida de Jesus aqui na terra, quando estava crucificado: “Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.” (João 19:26, 27)

Em apenas duas frases, Jesus criou uma filiação nova: Maria, sua mãe, passou a ser também mãe daquele discípulo, que a recebeu em casa nesse mesmo dia, como um filho.

Hoje, Deus chama-nos a partilhar o Seu amor com o nosso próximo em cada oportunidade e, nessa disponibilidade para apoiar e proteger, poderemos ser para alguém como um pai ou uma mãe. Vamos ficar atentos e disponíveis!

Assim ganhei uma filha vietnamita e sinto-me privilegiada por isso. Deus cruzou os nossos caminhos e, por isso, quero continuar a ser para ela expressão do Seu amor, em cada vez que trato dos meus pés.

(Este artigo, da autoria da minha mãe, foi publicado na revista Mulher Criativa há anos atrás. Hoje disponibilizo-o aqui, pois sei que ela gostaria que fosse, de novo, inspiração para quem leia. Carmina foi uma mulher sempre pronta a servir a Deus, servindo os outros, uma mãe para muitos, e esta é uma homenagem mais do que merecida, na fase terminal da sua vida em que agora se encontra). Bertina Coias Tomé

Carmina Coias
Missionária Aposentada

Não foi por acaso

960 709 Aliança Evangélica Portuguesa

Eram 12.30h e, à janela do escritório, eu vi um carro a parar em cima do passeio, junto ao portão do meu local de trabalho. Do banco da frente, saiu uma mulher ainda nova, na casa dos 30 e poucos anos, a chorar e, cambaleando, sentou-se no chão, encostada ao muro.

Logo de seguida, a correr também, saiu uma senhora da parte de trás que logo se ajoelhou junto da primeira, e do banco do volante um senhor que rapidamente se aproximou das duas. De imediato pensei, “Vou descer e perguntar se precisam de ajuda”, e assim fiz.

O sol daquele mês de Maio estava a queimar àquela hora e ao chegar perto perguntei se queriam um pouco de água ou algo que eu pudesse fazer para ajudar. Disseram-me, “Não, obrigada”. Insisti para virem para a sombra, mais para dentro de casa. Foi quando a senhora mais velha se voltou para mim e disse a chorar, “Esta é a minha filha e acabou agora de saber que tem um cancro na mama.”

Naquela altura não sei explicar o que senti, identifiquei-me logo com a filha em questão e uma compaixão inundou toda a minha alma. Tinha passado pela mesma situação cerca de 2 anos antes. Abaixei-me e, olhos nos olhos, perguntei-lhe o nome e pude dizer, ”Minha querida sei o que está a sentir… Já estive aí… Também chorei o que está a chorar… Também disse que não via mais os meus filhos crescer. Enfim, pensei que ia morrer. Não posso fazer nada por si nessa área mas conheço alguém que pode, e esse alguém me surpreendeu um dia. Chama-se Deus e Ele pode todas as coisas. Ele a ama muito ao ponto de entregar o Seu Filho para morrer por si; o Seu desejo é salvar a sua alma. Busque-O de todo o seu coração e de toda a sua alma e Ele vai revelar-se à sua vida e ajudá-la… Posso fazer uma oração por si?”

Com os olhos esbugalhados e, parando de soluçar, esta senhora aceitou, e pude então orar por ela. Foi uma bênção tal que o marido disse, olhando para mim: ”Estou a ver que não foi por acaso que parámos aqui!” E eu respondi que não há acasos na vida dos filhos de Deus mas sim propósito.

Fiquei com o contacto telefónico dela e fomos trocando mensagens durante todo o processo de tratamentos e cirurgia. Ficámos amigas desde então e Deus foi com ela de tal maneira que tudo correu bem com a cirurgia, com a quimio, com a reconstrução do peito, e ela ainda hoje diz não entender como é que eu, sem a conhecer de lado algum, pude dar-lhe o que lhe dei naquele dia: Esperança! A Deus seja a Glória!

Quando penso naquele dia, sinto uma gratidão imensa e uma lágrima ou outra teima em rolar ao ver o Amor do nosso Deus. Eu tinha de estar à janela àquela hora! Aquele carro tinha de parar naquele sítio da avenida… E tinha de haver alguém com o mesmo problema de saúde pelo qual eu tinha passado e que precisava de uma palavra de consolo e esperança.

Muitas vezes, durante a prova nada entendemos. Por vezes só mais tarde entendemos o propósito. Se foi só por isto já valeu a pena. Minhas amadas não sou mais do que vós, dou este testemunho para louvarmos a Deus e para vos dizer que vale a pena falarmos deste maravilhoso Deus e sermos a Sua voz, os Seus pés e as Suas mãos enquanto aqui andamos. Sejamos sal e sejamos luz nestes dias. Deus seja louvado!

Ana Cristina Santos

Escriturária

Comunicado – Eutanásia

768 432 Aliança Evangélica Portuguesa

Declaração do GTIR

Nós, membros do GTIR – Grupo de Trabalho Inter-Religioso | Religiões-Saúde -, signatários da Declaração Conjunta “Cuidar até ao fim com compaixão”, de 16 de Maio de 2018, não podemos silenciar o nosso clamor perante a reincidente aprovação do diploma sobre o suicídio assistido e eutanásia, pela Assembleia da República.

  1. Reafirmamos a convicção comum de que a vida humana é inviolável e indisponível, não só porque é um dom de Deus, mas também porque é revestida de uma dignidade específica da qual todos os homens comungam pelo facto de serem pessoas humanas, dignidade esta que não depende de qualquer tipo de autonomia, liberdade, fase da vida ou da qualidade de vida.
  2. Estamos convictos de que o futuro das nossas sociedades não se encontra na oferta da morte, mas na aposta coletiva num modelo compassivo de sociedade. Neste sentido, os Cuidados Paliativos são uma resposta que o Estado deveria obrigatoriamente oferecer, de modo suficiente em quantidade e qualidade, para fazer frente às necessidades existentes dos doentes, sem marginalizar os mais frágeis e os mais pobres.
  3. Não compreendemos que o Estado ofereça a morte a quem mais sofre, quando o SNS não responde atempada e adequadamente às necessidades dos doentes (tenhamos em conta as filas e os tempos de espera em consultas e cuidados); quando a resposta das Unidades de Cuidados Continuados é insuficiente; e quando não existe uma Rede de Cuidados Paliativos capaz de responder às solicitações dos doentes. O Estado que tem o dever de defender a vida adquire competências para determinar quem deve morrer e quem tem o dever de matar.
  4. Verificamos com perplexidade que a problemática da vida e da morte deixa de ser uma questão ética e passa para o foro da política, ficando sujeita às maiorias de circunstância e aos interesses de lóbis e ideologias. Será que um dia destes cada um de nós acorda com um algoritmo que determina a hora da morte?
  5. Não acreditamos que sejam suficientes as boas intenções dos legisladores ao limitarem a aplicação da lei a casos limite de sofrimento definidos por dicionário. Na verdade, foram ignorados os exemplos da rampa deslizante vindos do Canadá, da Holanda, da Bélgica e de outros países, por um lado, e, por outro, não foram escutados os alertas de peritos vindos desses países (alguns deles foram antes defensores da eutanásia) advertindo que a legislação da eutanásia não traria nada de bom. É, por isso, muito provável que novas maiorias se encarreguem de, abrindo outros dicionários, rasgar novas portas à lei para que mais casos e situações de sofrimento sejam integrados nos critérios de eutanásia, criando uma pressão injusta e ignóbil sobre os doentes e os idosos, os mais frágeis e os mais pobres.
  6. Vemos como evidente que a morte a pedido não resolve o problema do sofrimento nem da falta de autonomia, de liberdade ou de qualidade de vida. A morte mata a vida e quando já não há vida, não é possível a autonomia nem a liberdade, já que é a vida que funda o direito, a autonomia ou a liberdade e não o contrário.
  7. Lamentamos que médicos, formados para curar e proteger a vida, tenham de negar o juramento de Hipócrates e passem também a matar, violentando as suas consciências e gerando desconfiança nos doentes.

Por tudo isto, não deixaremos de nos empenhar na proclamação dos valores da vida e na formação humana suportada pelos mesmos porque cada pessoa é única e irrepetível, insubstituível e necessária à sociedade de que faz parte e porque não há vidas descartáveis.

Queremos viver o desafio de uma maior proximidade aos doentes através do acompanhamento espiritual porque não somos indiferentes ao pedido de um doente terminal que pede para morrer. Sabemos que esse pedido não só é um grito que clama por ajuda para enfrentar o sofrimento, mas é também um pedido dramático de proximidade humana e um desejo de sentido espiritual. Por isso clamamos que o SNS e os Hospitais privados abram as portas das suas Instituições para que os doentes sejam acompanhados espiritualmente sem entraves ou tabus de uma forma organizada e integrada, segura e transparente. Na verdade, para além de ser uma necessidade, eles têm direito à assistência espiritual e religiosa que, como é referido pela literatura científica, também é fonte de bem- estar, sentido e qualidade de vida, sobretudo nas situações severas de sofrimento.

Continuaremos, por isso, a afirmar o princípio “não matarás” porque acreditamos que a vida é um dom que recebemos de Deus, que tem um caracter sagrado e uma finalidade última e por isso temos o dever de a cuidar até ao seu fim natural. O princípio “não matarás” conduziu a humanidade pelas vicissitudes da história até ao respeito pela vida e pela dignificação da pessoa humana, ficou consagrado nos direitos humanos e nos códigos constitucionais da maior parte das nações e é património das grandes tradições religiosas. O novo princípio legal do “dever de matar” não nos impedirá e mais nos motivará para reafirmar o princípio ético, ancestral e universal de “não matarás”.

Lisboa, 5 de Novembro de 2021

Aliança Evangélica Portuguesa

Comunidade Hindu Portuguesa

Comunidade Islâmica de Lisboa

Comunidade Israelita de Lisboa

Igreja Católica

Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons)

Patriarcado Ecuménico de Constantinopla

União Budista Portuguesa União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia

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