• Siga-nos nas redes sociais

Geral

Comunicado – Eutanásia

768 432 Aliança Evangélica Portuguesa

Declaração do GTIR

Nós, membros do GTIR – Grupo de Trabalho Inter-Religioso | Religiões-Saúde -, signatários da Declaração Conjunta “Cuidar até ao fim com compaixão”, de 16 de Maio de 2018, não podemos silenciar o nosso clamor perante a reincidente aprovação do diploma sobre o suicídio assistido e eutanásia, pela Assembleia da República.

  1. Reafirmamos a convicção comum de que a vida humana é inviolável e indisponível, não só porque é um dom de Deus, mas também porque é revestida de uma dignidade específica da qual todos os homens comungam pelo facto de serem pessoas humanas, dignidade esta que não depende de qualquer tipo de autonomia, liberdade, fase da vida ou da qualidade de vida.
  2. Estamos convictos de que o futuro das nossas sociedades não se encontra na oferta da morte, mas na aposta coletiva num modelo compassivo de sociedade. Neste sentido, os Cuidados Paliativos são uma resposta que o Estado deveria obrigatoriamente oferecer, de modo suficiente em quantidade e qualidade, para fazer frente às necessidades existentes dos doentes, sem marginalizar os mais frágeis e os mais pobres.
  3. Não compreendemos que o Estado ofereça a morte a quem mais sofre, quando o SNS não responde atempada e adequadamente às necessidades dos doentes (tenhamos em conta as filas e os tempos de espera em consultas e cuidados); quando a resposta das Unidades de Cuidados Continuados é insuficiente; e quando não existe uma Rede de Cuidados Paliativos capaz de responder às solicitações dos doentes. O Estado que tem o dever de defender a vida adquire competências para determinar quem deve morrer e quem tem o dever de matar.
  4. Verificamos com perplexidade que a problemática da vida e da morte deixa de ser uma questão ética e passa para o foro da política, ficando sujeita às maiorias de circunstância e aos interesses de lóbis e ideologias. Será que um dia destes cada um de nós acorda com um algoritmo que determina a hora da morte?
  5. Não acreditamos que sejam suficientes as boas intenções dos legisladores ao limitarem a aplicação da lei a casos limite de sofrimento definidos por dicionário. Na verdade, foram ignorados os exemplos da rampa deslizante vindos do Canadá, da Holanda, da Bélgica e de outros países, por um lado, e, por outro, não foram escutados os alertas de peritos vindos desses países (alguns deles foram antes defensores da eutanásia) advertindo que a legislação da eutanásia não traria nada de bom. É, por isso, muito provável que novas maiorias se encarreguem de, abrindo outros dicionários, rasgar novas portas à lei para que mais casos e situações de sofrimento sejam integrados nos critérios de eutanásia, criando uma pressão injusta e ignóbil sobre os doentes e os idosos, os mais frágeis e os mais pobres.
  6. Vemos como evidente que a morte a pedido não resolve o problema do sofrimento nem da falta de autonomia, de liberdade ou de qualidade de vida. A morte mata a vida e quando já não há vida, não é possível a autonomia nem a liberdade, já que é a vida que funda o direito, a autonomia ou a liberdade e não o contrário.
  7. Lamentamos que médicos, formados para curar e proteger a vida, tenham de negar o juramento de Hipócrates e passem também a matar, violentando as suas consciências e gerando desconfiança nos doentes.

Por tudo isto, não deixaremos de nos empenhar na proclamação dos valores da vida e na formação humana suportada pelos mesmos porque cada pessoa é única e irrepetível, insubstituível e necessária à sociedade de que faz parte e porque não há vidas descartáveis.

Queremos viver o desafio de uma maior proximidade aos doentes através do acompanhamento espiritual porque não somos indiferentes ao pedido de um doente terminal que pede para morrer. Sabemos que esse pedido não só é um grito que clama por ajuda para enfrentar o sofrimento, mas é também um pedido dramático de proximidade humana e um desejo de sentido espiritual. Por isso clamamos que o SNS e os Hospitais privados abram as portas das suas Instituições para que os doentes sejam acompanhados espiritualmente sem entraves ou tabus de uma forma organizada e integrada, segura e transparente. Na verdade, para além de ser uma necessidade, eles têm direito à assistência espiritual e religiosa que, como é referido pela literatura científica, também é fonte de bem- estar, sentido e qualidade de vida, sobretudo nas situações severas de sofrimento.

Continuaremos, por isso, a afirmar o princípio “não matarás” porque acreditamos que a vida é um dom que recebemos de Deus, que tem um caracter sagrado e uma finalidade última e por isso temos o dever de a cuidar até ao seu fim natural. O princípio “não matarás” conduziu a humanidade pelas vicissitudes da história até ao respeito pela vida e pela dignificação da pessoa humana, ficou consagrado nos direitos humanos e nos códigos constitucionais da maior parte das nações e é património das grandes tradições religiosas. O novo princípio legal do “dever de matar” não nos impedirá e mais nos motivará para reafirmar o princípio ético, ancestral e universal de “não matarás”.

Lisboa, 5 de Novembro de 2021

Aliança Evangélica Portuguesa

Comunidade Hindu Portuguesa

Comunidade Islâmica de Lisboa

Comunidade Israelita de Lisboa

Igreja Católica

Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons)

Patriarcado Ecuménico de Constantinopla

União Budista Portuguesa União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia

Escrever – uma oportunidade de servir

960 640 Aliança Evangélica Portuguesa

Foi no início do confinamento que Deus me impulsionou de forma que, nem eu própria acreditaria. Muitos me perguntaram porque escrevi um livro durante a pandemia. Outros, que até me conhecem há algum tempo, ficaram surpresos quando me viram a lançar um livro.

Pois bem, como tudo começou? Acredito que Deus trabalhou comigo para que eu acreditasse ser possível escrever um livro. Na minha adolescência, foi na escrita que encontrei escape. Muitas vezes, sentindo-me sozinha no meu quarto, escrevia. Escrevi poemas e comecei a lê-los na igreja. Na época, eu não tinha acesso a livros, a bibliotecas e a todo esse mundo literário.

Os anos passaram e o gosto pela escrita esteve adormecido mas nunca esquecido, não por vontade própria mas porque o cuidado com filhos, casa, trabalho, igreja e estudos não o permitiam. Digo estudos porque cedo saí da escola para ajudar a levar dinheiro para casa. E foi na fase adulta que terminei os estudos. Nessa fase, Deus revelou-me o dom mais ativamente. O primeiro exame na universidade foi lido em voz alta pelo professor, como sendo a forma correta de resposta a uma única pergunta. Todos ficaram curiosos sobre quem tinha escrito daquela forma. Eu só queria ter um sítio para me esconder.

Mais tarde, decidi criar uma página de escrita a fim de partilhar alguns textos que eu ia escrevendo (Escrever porquê – Facebook). Participei no livro «Ser Mulher» e em revistas cristãs.

O meu primeiro livro a solo vai na segunda edição e para mim é um milagre de Deus, pois como pude escrever eu todo o roteiro da história numa só semana? Foi Ele que me deu a história da menina que não gostava do seu nome. Há adolescentes que apresentaram o livro na escola. Uma delas disse-me a ajudou na sua autoestima. Há crianças que dizem que as ajudou a ter imaginação e criatividade. Há adultos e idosos que se identificaram com a história.

Acredito que muitas podem ser as estratégias para levarmos a mensagem cristã aos outros. Acredito que todas as pessoas têm áreas fortes que carecem de ser desenvolvidas, senão veja-se a conhecida parábola dos talentos (as contas de Deus não são a multiplicar?). No outro dia eu disse a uma pessoa: «Faça Deus conhecido através do seu bolo». E, se a escrita foi um dos talentos que Deus colocou na minha mão, o que faço eu com ele? Tenho o apoio do meu marido para poder fazer este trabalho, pois sem editora por detrás torna-se tudo mais difícil. E tenho um objetivo ao trabalhar desta forma: ajudar projetos através da venda dos livros. E para tal, uma marca implícita, a da solidariedade.

Em breve, se Deus permitir, farei novo lançamento de uma história mais infantil, visto a anterior ter sido para adolescentes, famílias e professores. Uma história que desenvolvi há uns anos mediante um teatro de sombras, com turmas de primeiro ciclo, que alertava para a obediência aos pais. O Zezé desta história é um menino que gosta de aventuras e gosta muito de ‘pisar o risco’. Gosta de chocolate e de o conseguir, nem que tenha que mentir. Uma personagem vai fazer-lhe crer em mais mentiras. Os seus pais vão ajudá-lo a compreender que as atitudes podem ter consequências para si ou para os outros. Cuidar do nosso corpo não será deveras importante, tendo uma alimentação saudável e fazendo exercício físico? Para tudo na vida carecemos de equilíbrio, tal como andar sobre duas rodas da bicicleta e, porque não promovê-lo na infância e juventude?

Este é o vídeo promocional da obra:

https://www.youtube.com/watch?v=SUrUCbTt5NY&t=2s

Esta obra proclama os valores bíblicos num mundo onde eles se vão desvanecendo. Uma alternativa ao mundo das redes sociais, uma vez que os livros podem ser lidos por filhos e pais, com vista ao melhor relacionamento entre si. Através dos meus contactos, redes sociais, email e site, poderão encontrar os livros.

Precisamos que Deus nos inspire e dê as estratégias adequadas para este tempo. Se queremos ser instrumentos na Sua mão, há que acreditar, investir, trabalhar, não pensar que tudo vai cair de graça nas nossas mãos. E quando trabalhamos em fé, Ele diz na Sua Palavra que ‘os Seus planos não são os nossos’ e que ‘é capaz de fazer muito mais do que alguma vez imaginámos.’ Assim, ‘como hão-se ouvir?’. Estou convicta que há muito a fazer e que por vezes desperdiçamos oportunidades. E penso, que legado estamos a deixar? O que fazemos com o que Deus nos dá?

Tenho mais ideias? Sim, muitas. Não consigo fazer tudo de uma vez e tudo tem um preço a pagar. Há que ir com calma, pois em Portugal fica muito caro fazer um livro. E não quero fazer uns quaisquer livros, quero tentar fazer o melhor para glorificar a Deus.

Preciso de ajuda? Sim. Só vendendo os livros, a mensagem pode chegar mais longe. É também aqui que vejo o trabalho em união. Nem todos podem escrever, cantar, ser atores… Todos podemos trabalhar em conjunto a fim de promover o Reino de Deus. Podemos orar uns pelos outros. Ajudar-nos mutuamente.

É fácil? Não. Mas com Deus é possível. Em breve, se Deus quiser, apresentarei o novo livro numas escolas no Norte. A porta está aberta. Os nervos miudinhos tiram o sono. A responsabilidade é grande. Não anseio sucesso. As camadas infantojuvenis precisam de ouvir falar sobre o Deus criador, sobre o Pai eterno, sobre o Senhor que os ama, sobre os valores que Ele nos ensina. Quero proclamar bem alto o nome de Deus, até onde Ele me levar.

Andrea Ramos

Licenciada em ASC

Escritora

anevesmr22@gmail.com

https://andrearamos.pt/

CENTENÁRIO DA ALIANÇA EVANGÉLICA PORTUGUESA

1071 600 Aliança Evangélica Portuguesa

É com grande gratidão e alegria que vamos iniciar a celebração dos 100 anos da Aliança Evangélica Portuguesa nos próximos dias 13 e 14 de novembro de 2021, na cidade do Porto, numa iniciativa organizada em parceria com a Sociedade Portuguesa da História do Protestantismo.

Sábado, pela manhã, teremos um Roteiro Cultural por locais históricos do Porto e Gaia e, à tarde, o colóquio académico “Protestantismo em Portugal no último século – o papel da Aliança Evangélica”.

No domingo teremos um culto celebrativo especial às 16h, na histórica Igreja do Mirante (com transmissão online).

Conheça toda a programação aqui

Conheça aqui a Exposição “Aliança Evangélica Portuguesa: 100 anos de Historia e de Comunhão”

Aliança Evangélica Portuguesa – 100 anos de Comunhão e de História!

CAMINHOS 19 Setembro – Centenário da Aliança Evangélica Portuguesa (Parte 1)

CAMINHOS 17 Outubro – Centenário da Aliança Evangélica Portuguesa (Parte 2)

Memória & Esperança

1448 2048 Aliança Evangélica Portuguesa

Uma jornada solidária e nacional 

Naquele dia, a batalha fora dura, na montanha. Muitos faleceram, entre eles Saúl e Jónatas. Ao sabê-lo, impregnado de dor, David escreve um poema de lamento e luto, em que expressa a sua tristeza e celebra também a vida dos que partiram. A dada altura, diz: “Como caíram os poderosos, no meio da peleja!” (II Samuel 1:25)

Pandemia e luto

Estas palavras vêm-me à mente, a propósito de 1 ano e meio de verdadeira peleja, que temos travado no nosso país, como tem sucedido em todo o mundo, contra um vírus minúsculo, silencioso e mortífero. E muitos já “caíram no meio da peleja.” Só em Portugal já se ultrapassaram os 18000 óbitos associados ao COVID 19, para além das muitas pessoas que, tendo sobrevivido, ficaram com sequelas. Têm sido tempos de apreensão, de perdas, em lutos que não tiveram como se processar devidamente, pela impossibilidade de acompanhar entes queridos nos momentos finais, por cerimónias fúnebres de participação deveras limitada, ou mesmo pela ausência imposta por isolamento profilático, pela impossibilidade do abraço e do beijo tão portugueses, por expressões faciais limitadas por máscaras…

Neste contexto, surge uma jornada de memória, luto e afirmação da esperança, marcada para os dias 22-23-24 de Outubro de 2021. Designada como Memória & Esperança, irá traduzir-se num leque diversificado de iniciativas que terão como objectivo focar a Memória dos que partiram e/ou a Esperança num futuro mais justo para todos. 

Vamos celebrar a memória de quem partiu

Em momentos de luto, o lamento e a celebração podem estar de mãos dadas, combinando-se harmoniosamente. Lamento pela perda afectiva, pela dor da ausência. Celebração pela vida de quem partiu, pela sua riqueza e singularidade, e gratidão pelo tempo que foi oferecido para desfrutarmos dela. Assim fez David, que neste seu poema lamenta e celebra. Não se trata do culto aos mortos nem de oração em seu favor, que não praticamos pois não encontramos suporte bíblico para tal, mas o reconhecimento e a homenagem pelas suas vidas. 

Vamos fomentar a esperança

Ao luto associa-se, frequentemente, o desalento e a inércia. Contudo, enquanto ainda se continua a falecer por COVID, é premente fazer desabrochar a esperança. E o que significa ter esperança? A pergunta pode remeter-nos para um olhar sobre o horizonte, dia após dia, na espera passiva de que algo novo e benéfico venha a emergir e a alterar o cenário de vida, pessoal, familiar ou social. Contudo, como o teólogo Moltmann refere, a esperança pode ser operante, uma forma de construção. Porque esperamos, então caminhamos, preparamos, empenhamo-nos. É necessário promovê-la entre nós, encorajando-nos uns aos outros nesse sentido.  

Como poderei aderir?

A Aliança Evangélica Portuguesa associa-se a esta jornada, e incentiva os seus membros a envolver-se. Serão muitas as iniciativas locais nesse sentido. Até mesmo o culto de domingo, dia 24, será um momento propício à homenagem e à esperança. Obtenha mais informação em www.memoriaeesperanca.pt

A BÊNÇÃO DE LER UM LIVRO

960 640 Aliança Evangélica Portuguesa

Acabei agora de ler o que considero o melhor livro que já li. De facto, foi como água fresca para a minha alma, dando-me o que, por certo, eu precisava de aprender. Trata-se do livro autobiográfico de Billy Graham, intitulado “Just as I am” (“Tal como sou”).

Um pedaço de história

Levaria muitas páginas para tentar descrever tudo o que dele recebi. Como barro nas mãos do Oleiro, que precisa de água para continuar o seu trabalho, este livro foi a água necessária para que eu ainda continue a ser moldada, pois não sou a mesma que era antes de o ter lido.

Este livro oferece uma leitura enriquecedora, quer para quem aceite quer para quem rejeite o conceito de religião, pois a sua riqueza literária vai além de qualquer conceito. Trata-se de um pedaço enorme da história mundial e não um enredo em que se procura chegar ao desfecho na última página.

Os diários de Ruth e Billy Graham, escritos com precisão e detalhe, levam-nos pelo mundo, numa missão inimaginável que Deus entregou ao menino que ordenhava vacas, orava num troço de estrada, ainda muito jovem e, deitado no chão, olhava a imensidão do firmamento estrelado quando Deus o chamou e continuou a confirmar a chamada até aos seus 99 anos. Ao longo do livro, vê-se a sua própria admiração por ver de onde Deus o trouxe e por onde o levou, não deixando que nada o fizesse perder a visão, mantendo-se na posição de humildade requerida.

Crescimento do ministério

Para sua própria surpresa, o ministério que Deus lhe entregou cresceu em muitas direcções e oportunidades mas nunca alterou a sua postura de humildade. Percebe-se a sua contínua dependência de Deus, mesmo quando crescia à sua volta a influência e admiração do seu trabalho vinda de homens que se destacavam financeiramente.

É um relato abrangente e minucioso de muitos contactos a alto nível, desde o Presidente Eisenhower até ao Presidente George Bush (pai), com a parte positiva e diferente em que foi dada ao mundo a oportunidade invulgar de ouvir o evangelho, com os resultados de mudança na vida de multidões, que atingiu muitos líderes também.

Três homens muito conhecidos na história quiseram falar com Billy Graham privadamente: Nehru, Eisenhower e Churchill. Não foi sem expectativa que ele recebeu esses convites. Qual seria o assunto ou os assuntos? Nehru, que o recebeu em silêncio, ficou a ouvir impressão de Billy Graham sobre a Índia até chegar a palavras que saciaram a sua fome espiritual. Eisenhower estava doente e queria fazer paz com Nixon, o seu vice-presidente, com quem tinha diferenças de opinião a resolver. Brevemente, o seu neto e a filha de Nixon iriam casar, e o General queria a paz entre eles e pediu a ajuda de Billy Graham nesse sentido. Mais tarde, já no hospital, mais uma vez foi pedida ajuda ao evangelista que lhe falou sobre a esperança na eternidade. O convite de Churchill chegou com muita insistência. Queria falar com Billy, enquanto decorria a campanha evangelística em Londres, que lhe falou da salvação e do plano de Deus, tendo orado por Churchill, a pedido dele. Três homens que a história nos revela como vibrantes e fortes mas cuja necessidade espiritual era igual a todos os mortais, quando a eternidade estava à vista.

A sua esposa

Não imaginam como me senti feliz lendo o que Billy Graham escreveu sobre a esposa Ruth. Descrevendo o dia em que receberam das mãos do Presidente Clinton a Congressional Gold Medal, a maior honra do Congresso dos EUA dada a um cidadão, neste caso a ele e à esposa, com a efigie de ambos, disse ele: “Senti-me totalmente não merecedor desta honra, mas estou felicíssimo que Ruth esteja incluída. Sem a sua participação e o seu encorajamento através dos anos, o meu trabalho teria seria impossível de realizar.”

Durante esses muitos anos, ela criou os cinco filhos, viajou com ele e esteve ao seu lado, em momentos em que ele precisou da sua companhia em oração e o seu conselho que ele sempre considerou e apreciou, sendo ponto alto na ajuda que precisou e recebeu dela.

Ramo de flores

Lembrei-me então que, três dias antes da sua partida para a eternidade, o meu marido, na altura já pouco comunicativo, olhou para mim e disse: “Carmina, tenho estado aqui a pensar que tu nunca te queixaste”. Para mim, foi como se de repente ele viesse com um grande ramo de flores, como gratidão por muita coisa, ao longo dos muitos anos em que servimos a Deus juntos e que eu sei ele estava englobando naquela frase.

Será muita ousadia da minha parte, mas atrevo-me aqui e hoje a pedir aos maridos que ainda têm as suas esposas, a percorrer no coração o caminho andado e falar o que iria ficar por dizer, mas que elas muito apreciariam ouvir enquanto ainda lhes pode ser dito. Na vida que está a correr depressa demais, há uma dívida por pagar que umas palavras, um abraço e um beijo têm o dom não só de pagar mas também o juro do que já devia ter sido dito. Agora é o tempo, “dá-lhe as flores enquanto vive”.

O que teria feito diferente

Na análise que faz da sua vida, depois das muitas décadas que o livro atravessa, Billy Graham considera o muito que teria feito diferente. Quantos de nós pensamos o mesmo!

Sobre o seu casamento, refere que ele e a esposa tentaram fazer o melhor. Lamentou os dias em que esteve longe dos filhos, mas que tentou compensar o melhor que pôde, perante a impossibilidade de não poder reaver esses dias. É verdade, sempre podemos compensar, mesmo sem haver a possibilidade de reaver o que se perdeu. O que definitivamente lamentou foi o seu envolvimento na opinião política para que as circunstâncias o empurraram. “Isso diluiu em algum ponto a minha chamada, que eu desejaria ter sido apenas “pregar o evangelho”.

Desejo que este livro seja, para quem ler, a bênção que foi para mim. Um exemplo de vida, verdadeiro e inspirador. A minha vida estaria incompleta sem esta leitura.

“Isto se escreverá para a geração futura; e o povo que se criar louvará ao Senhor.” (Salmos 102:18)

Carmina Coias

Missionária aposentada

Uma fé sólida em tempos líquidos

960 640 Aliança Evangélica Portuguesa

Não me considero uma perita em sociologia, mas senti-me intrigada por aquilo que uma vez o revolucionário Bauman disse: “Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar.” Acho que este homem brilhante fez o obséquio de tirar as escamas dos nossos olhos modernos para olharmos frente a frente a uma verdade que já foi há muito tempo afirmada, e que por muito que neguemos, está a tornar-se numa assustadora realidade. Gosto de relacionar aquilo que o sociólogo diz com as palavras já proferidas de Jesus em Mateus 24:12: “(…) o amor de muitos se esfriará…”

Uma profecia do Messias que fala da fluidez dos nossos tempos – termo este baumaniano – isto é, da superficialidade deste século e da frieza humana. Bem gostaríamos que esta realidade que Jesus apresenta fosse utópica ou um pesadelo que acabaria por passar com o tempo. No entanto, não podemos mudar as Suas palavras, muito menos fechar o entendimento para estas verdades.

Cristo deve ser a nossa bitola no dever natural e intrínseco para estarmos mais conscientes daquilo que aflige e influencia a sociedade pós-moderna. Sabemos que esta caracteriza-se por ser ironicamente niilista, sedenta de felicidade e de poder, procurando formas de satisfazer os seus desejos mais egocêntricos, na maioria das vezes por intermédio da desgraça dos outros, apenas com o objetivo concreto de “sentir-se completa”.

Neste sentido, Cristo e Bauman pensam o mesmo: uma sociedade individualista que vive obcecada com a sua própria satisfação revela o quão vazia ela é. No fundo, quer queiramos ou não, estas características também poderão refletir-se nas igrejas. Como tal, é relevante procurarmos responder a algumas questões que se levantam:

Eu procuro refugiar-me e basear a minha fé nas minhas emoções para me sentir bem comigo mesmo? O que me motiva a estar mais perto de Deus? Será que a manifestação do Espírito Santo tem sido deturpada ao longo destes anos nas nossas Igrejas por influência dos desejos mais obscuros da sociedade pós-moderna?

Nos últimos dias estas indagações suscitaram-me uma outra: O desejo de Sentir propõe-nos uma ação de busca, ou mascara a vontade narcisista de receber? Sentir a presença de Deus não compromete a Sua existência e poder absolutos. Isto aplica-se, sobretudo, na forma como nos relacionamos com Ele. Não sou a favor de uma teologia apenas epistemológica e racional, mas defendo que a Igreja precisa urgentemente entender que o desejo narcísico de possuir e experimentar não é uma ação de busca genuína das bênçãos celestiais ou de procura de intimidade com o Divino. Procuramos e buscamos a Deus na expetativa de O conhecer e sermos moldados por Ele? Ou O buscamos na expetativa de receber algo em troca, como por exemplo: satisfação pessoal, realização financeira ou até mesmo sentir aquele pico de emoções que vai servir de penso rápido na minha ferida naquele breve momento?

Por vezes esperamos que Deus nos faça sentir diferentes, quase como se fossemos super-homens, a quem Deus concede super-poderes. Esperamos que o Espírito Santo nos faça sentir sobrenaturais e imparáveis. Começamos a questionar a nossa fé quando paramos de “sentir” a polaridade de emoções, essa adrenalina espiritual.Questionamos até a presença absoluta e inegável de Deus quando já não nos sentimos imparáveis. Precisamos desconstruir e aprender um conceito de fé mais bíblico e cristocêntrico.

A fé não se baseia ou resume naquilo que alguns afirmam como uma crença para além daquilo que é o nosso domínio visível. Ela é a forte convicção na evidência, e a convicção não está dependente do nosso estado emocional ou das nossas crises existenciais. Vivemos na era do vazio, conforme Gilles Lipovetsky a batizou. Fala-se em indiferença pura como consequência de uma sociedade extremamente carente de amor, propósito e significado. Nas Igrejas precisamos de ter cuidado com a maneira como vivemos e testemunhamos o Evangelho. Numa era de vazio precisamos de crentes cheios (do Espírito de Deus) que transbordam saciando o vazio dos outros! Crentes autênticos! Crentes que estão cientes do fundamento da sua fé além das circunstâncias. Crentes completos porque Cristo é suficiente, Jesus basta!

Miriam Rodrigues Couveiro

Estudante no Seminário Teológico Baptista, escritora e locutora no Ministério de comunicação Mulheres de Esperança.

Comunicado sobre o Estado de Alerta [31/10/2021]

900 600 Aliança Evangélica Portuguesa

Foram publicadas as seguintes disposições legais:

RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS N.º 135-A/2021 DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 190/2021, 1.º SUPLEMENTO, SÉRIE I DE 2021-09-29

Altera as medidas no âmbito da situação de alerta

DECRETO-LEI N.º 78-A/2021 – DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 190/2021, 1.º SUPLEMENTO, SÉRIE I DE 2021-09-29

Alteram as medidas excecionais e temporárias relativas à pandemia da doença COVID-19

Estas medidas determinam que deixe de haver limitações de pessoas nos cultos e dispensam a aplicação de normas da DGS para as celebrações religiosas, conforme n.º 3 do art 10 da RCM 135-A/2021.

As máscaras mantêm-se obrigatórias, sempre que se possa considerar o culto equiparável a um evento cultural ou a salas de espetáculo, conforme alínea d) do art.13B do  Decreto-Lei n.º 10-A/2020, de 13 de março, com as recentes alterações, devendo a situação ser analisada consoante o caso, seguindo os demais critérios relativos à possibilidade de distanciamento, arejamento, quantidade de pessoas, circuitos de movimentação etc, no sentido de manter as máscaras quando ocorrer maior perigosidade de contágio.

A entrada nesta nova fase é uma grande alegria para todos, mas apesar de não haver tantas restrições recomendamos que haja bom senso na redução de medidas consoante o caso concreto da realidade de cada comunidade.

COVID19: Recomendação da AEP p/ espaços de culto [17/09/2021]

1480 609 Aliança Evangélica Portuguesa

Tendo em conta o estado atual da situação pandémica que ainda vivemos, damos muitas graças a Deus pela boa evolução que temos estado a viver e que se encontra refletida nos números diários.
Sabemos que devemos continuar a orar e manter cuidados preventivos.

Tendo em conta as normas em vigor da DGS para os mais diversos setores, apesar de não existir uma norma atualizada específica para os locais de culto, a AEP recomenda que:

  • Até outra indicação, a lotação das salas de culto seja de 75%
  • O uso de máscara seja obrigatório
  • As mãos sejam desinfetadas com alcóol gel na admissão dos espaços
  • Seja mantida a comunicação sobre as medidas de segurança

Estes mesmos cuidados são recomendados para as salas adjacentes (como classes de crianças e afins).

Oramos pela liberdade de Culto que temos no nosso país e ao mesmo tempo pelo bom senso e segurança com a ajuda de todos!

Como estão as tuas finanças?

957 530 Aliança Evangélica Portuguesa

Na agitação do nosso dia, vivemos tão apressados com os nossos trabalhos e afazeres que não nos permitimos refletir sobre o que estamos a fazer e o seu propósito. Desde pequenos percebemos que neste mundo precisamos de trabalhar, ganhar dinheiro e adquirir bens. Entramos em modo automático e frequentemente acreditamos que Deus não se interessa pelas coisas terrenas. O que nos escapa é que as coisas terrenas são na verdade um teste para as coisas celestiais.

Sim, estamos a ser testados! De facto, a forma como gerimos as nossas finanças revela o que vai no nosso coração e mostra aquilo em que verdadeiramente acreditamos. Por detrás de problemas financeiros encontramos fragilidades no nosso carácter que precisam ser trabalhadas. A impaciência leva ao consumo compulsivo, o egoísmo à falta de generosidade, o amor ao dinheiro ao descontentamento, a ganância à desonestidade e poderíamos continuar. Aquilo que mais amamos irá receber não só a nossa atenção como também o nosso dinheiro. É possível cada vez mais observar, que muitas famílias são destruídas por causa das finanças, contudo, a culpa não é do dinheiro, ele apenas reflete o nosso coração.

Mas Deus não só nos testa, como Ele na sua infinita bondade nos dá as respostas necessárias. O tema dinheiro e bens é amplamente falado na Bíblia! Na verdade, encontramos mais sobre este assunto do que outros que consideramos à partida mais espirituais como a fé e a oração. Se o próprio Jesus ensinou tanto sobre este tema é porque precisamos olhar para esta área na nossa vida como algo importante e espiritual. Na Bíblia encontramos muitos princípios financeiros que trazem prosperidade e avisos de atitudes que levam à pobreza. Esses valores impactantes são intemporais, universais e podem ser aplicados a pessoas, famílias, empresas e países.

Um dos bons exemplos que encontramos na Bíblia é o da mulher virtuosa. Uma referência muito conhecida que mostra um exemplo de boa gestão. Não sabemos o seu passado, não sabemos o seu nome, mas sabemos que tinha muitas virtudes, que nada lhe faltava e que era uma bênção para a sua família. Ela é apresentada como uma administradora sábia que trabalha de boa vontade em prol da sua família, cuida dos seus negócios, planeia o futuro, investe para multiplicar os seus bens, é generosa, faz o bem ao próximo e é confiável (Prov. 31:10-20). Seremos todos como ela?

Aplicar os princípios financeiros de Deus na nossa vida é uma caminhada turbulenta que exige disciplina! O dinheiro diariamente compete com Deus pelo domínio da nossa vida. Somos bombardeados pelo descontentamento, pela ideia que precisamos sempre de mais e de melhor. No entanto, Deus nos chama a sermos livres e essa liberdade também passa pela nossa vida financeira. O segredo está em entregarmos todas as coisas a Deus, sermos fiéis aos seus princípios e experimentarmos uma vida de contentamento. O nosso coração deve estar nas riquezas celestiais e a razão deve lidar com as terrenas.

Se gostarias de aprender mais sobre finanças bíblicas, podes seguir a página de facebook GPS – Gerir, Poupar, Somar.

Ana Sofia Bessa

Formada em Economia

Jorge Sampaio 1939 – 2021

852 563 Aliança Evangélica Portuguesa

É com sentido pesar que a Direção da Aliança Evangélica Portuguesa lembra e aproveita para honrar a vida do Dr Jorge Sampaio, que partiu esta sexta-feira, aos 81 anos.

Nascido em Lisboa em 1939, Jorge Fernando Branco de Sampaio, foi, entre muitas outras funções, Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006.

Foi durante a sua presidência e com o seu precioso contributo, em 2001, que foi aprovada a Lei da Liberdade Religiosa em Portugal. Além disso, destacamos também o real valor que o Dr Jorge Sampaio deu aos evangélicos, nomeadamente através da sua presença na celebração dos 75 anos da Aliança Evangélica Portuguesa (nas fotos).

Enquanto Cristãos, conforme a Bíblia nos exorta, oramos com regularidade pelas nossas autoridades. Em particular, neste momento, oramos pela família e amigos mais chegados do Dr. Jorge Sampaio.

Nota: Fotos de Samuel Pinheiro de 10 janeiro 1998 na Aulamagna – Dia do Evangélico

error: Conteúdo Protegido!