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AEP

Domingo Mundial de Oração pelos refugiados

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Caros irmãos e amigos,
à semelhança do que tem acontecido nos anos anteriores, a Aliança Evangélica Mundial e
as várias Alianças Evangélicas, incluindo a portuguesa, têm demonstrado o seu interesse e empenho dar voz aos que muitas vezes não têm voz, e que querem começar uma nova vida no nosso país: os refugiados.
A Palavra de Deus em Provérbios 31:8-9
“Abre a tua boca a favor do mudo, pela causa de todos que são designados à destruição.
Abre a tua boca; julga retamente; e faze justiça aos pobres e aos necessitados.”
Este ano, de uma forma inesperada tivemos todos de ficar Em casa, Em Portugal. Mas será que todos se sentem em casa, no nosso país? Oramos e queremos agir para que isso se torne uma realidade, especialmente no meio daqueles que seguem a Jesus. O mesmo Jesus que disse “foi estrangeiro, e acolheste-me” (Mateus 25:35).

Veja os materiais disponíveis e utilize-os em família ou na sua comunidade/ Igreja/Associação, para orar e agir mais e melhor em favor dos refugiados:

Pela Rede da AEP para os refugiados,

DGS – Medidas de Prevenção – Locais de Culto

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Documento oficial da DGS para a realização das celebrações religiosas:

http://aliancaevangelica.pt/dgs_culto.pdf

Desejamos uma abençoada reabertura, e oramos todos uns pelos outros por proteção do nosso Senhor sobre nossas Igrejas.

Em Cristo,
Direção da Aliança Evangélica

O DOCE SABOR DA VIDA ETERNA

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Houve um período na minha vida em que eu tive de aprender a depender totalmente de Deus, a nível financeiro. Havia escassez de alimentos em casa e eu trabalhava numa pequena mercearia, onde a probabilidade de receber um ordenado completo a tempo e horas era muito remota. Eu ganhava um pouco menos que o salário mínimo nacional, que naquela altura rondava os quatrocentos e oitenta euros mensais; para acrescentar, o negócio não andava bem. Naquela altura eu suportava as despesas de casa sozinha. As contas foram-se acumulando por falta de fundos e deparei-me com o seguinte dilema: ou pagava as contas, ou punha comida em casa. Certo dia, abri a despensa de casa e vi que tinha apenas meio quilo de arroz e um pacote de grão. Cozi o grão e dei à minha cadela e cozi o arroz que tinha e comi nessa noite. Na manhã seguinte, fui trabalhar, consciente de que nada havia na minha despensa. Quando cheguei ao trabalho, desmanchei-me em prantos, e comecei a desabafar com Deus e disse: 

“Deus, eu não vou reclamar! Eu não vou reclamar! Eu agradeço-te por teres cuidado de mim até agora e por me teres alimentado, pois reconheço que todo o alimento que eu recebo provém de Ti. Não me faças humilhar-me perante ninguém; prefiro mil vezes humilhar-me perante Ti do que humilhar-me perante o homem. Além disso, a tua palavra diz que tu és o meu Pastor; Tu és aquele que cuida de mim e aquele que me alimenta. Nenhum pastor deixa a sua ovelha passar fome e ele sabe que ela depende dele para se alimentar. Não me interessa se não tenho dinheiro, pois eu não sou dependente do dinheiro, mas sim dependente de Ti. Tu és meu e eu sou tua e nada nos irá separar. Então eu sei que me vais alimentar; eu sei que, jamais, em momento algum, me deixarás passar fome. Eu não vou pedir a ninguém, porque eu sei que tu vais me dar. Eu confio Naquele que eu aceitei como único Deus e Senhor e como meu Salvador. Ámen.”

Depois de orar senti uma paz tão grande! Eu tinha convicção que Deus iria fazer algo. Afinal de contas, só Deus sabia da minha situação. Nesse mesmo dia, o meu patrão, que era a pessoa mais carrancuda e maldisposta que eu conhecia na época, chegou à loja e disse-me:

“Fiz uma caldeirada de peixe e trouxe para tu almoçares.” E saiu. O que é certo é que, desde a minha oração até ao dia em que me pagaram o salário seguinte, todos os dias recebia convites, de pessoas diferentes, para almoçar ou jantar. Havia sempre alguém que dizia: “Não sei porquê, mas estava a cozinhar o almoço e senti que tu irias gostar de comer algo diferente. Então trouxe-te para tu comeres.”

Quanto à minha cadela, a minha colega lembrou-se que me poderia fazer jeito alguns restos de comida e ossos que ela tinha em sua casa. Senti uma enorme alegria, paz e descanso. Esta experiência permitiu-me desfrutar do doce sabor da vida eterna, pois ela foi manifesta na minha vida de uma forma bem visível através do agir de Deus.

Quando nós conhecemos Deus como único e verdadeiro e reconhecemos Jesus como aquele que foi enviado por Ele para que este fosse a expressão da sua existência, nós permitimos que a glória de Deus seja manifesta na nossa vida. Deus enviou o Seu Filho para que nós entendêssemos que, ao aceitá-lo, apesar de estarmos no mundo, não pertencemos a este mundo, ou seja, não é o mundo que dita o nosso futuro, a nossa vida, a nossa capacidade, o desenrolar da nossa história. Quem dita isso é Deus.

Agora, para podermos experimentar tudo isto, temos que tomar a decisão de buscá-l’O em primeiro lugar, antes de reclamar, antes de nos irarmos, antes de nos frustrarmos, antes de rebentarmos e desistirmos, seja em que área for. João 17:1-8

Desde que uma pessoa se converte e, ao longo da sua caminhada com Deus, ela ouve falar inúmeras vezes que, ao aceitar Jesus como seu Senhor e Salvador, ela recebeu a vida eterna. No entanto, muitas vezes existe uma certa dificuldade em entender o que é a vida eterna, quais são as suas implicações e como caminhar na sua revelação. Para isso devemos primeiramente ter consciência de que a vida eterna não é alcançada no Céu; ela é alcançada aqui na terra a partir do momento em que se conhece Deus por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem Deus enviou. É imprescindível que se cumpram estas duas condições em simultâneo:

“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3)

Peça a Deus que o seu conhecimento sobre a vida eterna não seja meramente teórico, mas que no fundo venha a experimentar o seu doce sabor, para que venha a viver com base em tudo o que ela implica e para que conheça a Deus como aquele que dita o desenrolar de cada situação da sua vida.

Declare que o dono, o Pai, o Senhor, o Deus da sua vida é DEUS! Ele é dono da sua vida, da sua família, da sua casa, das suas finanças, dos seus estudos, da sua mente, da sua boca, das suas emoções, das suas amizades, do seu ministério, de toda a sua essência. Ele jamais lhe deixará faltar alguma coisa, pois Ele é Seu e você é d’Ele.

Assuma uma postura na sua vida que expresse a sua decisão de viver com base na vida eterna com Cristo e peça ao Pai que lhe dê força, coragem e sabedoria para conseguir lidar com as questões que envolvem as diversas áreas da sua vida.

A vida eterna é agora! Experimente, aproveite e desfrute!

Antónia Pinto Neto

Formadora de Inglês e Coordenadora da 3T Home School.

“Super Histórias da Bíblia” na RTP 2

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Com a aproximação do Dia Mundial da Criança e do Dia Nacional de Oração
pelas Crianças de Portugal, a Aliança Evangélica Portuguesa está a
preparar uma série de programas de televisão especiais para os mais
novos. São as “Super Histórias da Bíblia”, a não perder, na RTP 2!

No domingo, 31 de maio, por volta das 17h, teremos no programa
“Caminhos” a estreia do “Superbook” em Portugal, com as aventuras de
David e Golias.

Na terça-feira, dia 2 de junho, às 15h, teremos o programa “Luz das
Nações” com a parábola do Filho Pródigo.

Esta programação especial terá depois continuidade no mês de Julho.

São excelentes oportunidades para as crianças do nosso país, que têm
passado mais tempo em casa devido à pandemia que atravessamos, poderem
ter contato com o evangelho de forma animada e criativa. São sementes
que, a seu tempo, poderão dar bom fruto. Por isso, contamos convosco na
divulgação desta programação especial a pensar nelas!

Exercício do Direito de Resposta

1080 813 Aliança Evangélica Portuguesa

Na sequência da notícia veiculada pela Visão online, no dia 20 de maio de 2020, com o título “Líderes e pastores evangélicos fazem campanha pelo Chega”, e na capa da edição n.º 1420, de 21 de maio de 2020, “Chega, os segredos do pregador Ventura” e “os poderosos lóbis evangélicos”, vem a Aliança Evangélica Portuguesa, órgão representativo da Comunidade Evangélica em Portugal, exercer o seu direito de resposta, nos termos do n.º 4 do artigo 37.º da Constituição da República Portuguesa e dos artigos 24.º a 27.º da Lei n.º 2/99 (Lei de Imprensa), de 13 de janeiro, na sua atual redação, o que faz nos termos e com os fundamentos seguintes:

  1. Ao longo dos anos, a Visão habituou-nos a ver o mundo pelos olhos de jornalistas imbuídos de elevada deontologia profissional, alicerçando o rigor e a verdade em fontes credíveis e com o necessário recurso ao contraditório.
  2. Por essa razão, estranhamos que para fundamentar o título de capa da edição n.º 1420, a Visão não se tenha dignado ouvir a Aliança Evangélica Portuguesa, entidade centenária e órgão representativo da Comunidade Evangélica em Portugal, que agrega mais de 700 igrejas filiadas, com implementação histórica em todo o território nacional, representando um universo de crentes e outras pessoas no seu contexto de influência que ascende a 5% da população do país, sendo por isso, em termos numéricos, a segunda confissão religiosa em Portugal.
  3. Ao contrário do que é afirmado no título da notícia publicada na edição online, no dia 20 de maio de 2020, “Líderes e pastores evangélicos fazem campanha pelo Chega”, e no título de capa da edição n.º 1420 da revista Visão, de 21 de maio de 2020, “Os segredos do pregador Ventura” e “os poderosos lóbis evangélicos”, não existe correspondência factual entre os títulos em questão e a realidade.
  4. As diferentes igrejas evangélicas em Portugal são comunidades integradoras, a maioria delas radicadas há várias décadas, tendo sobrevivido à perseguição política e religiosa, desde os tempos da Inquisição, passando pela ditadura do Estado Novo.
  5. Atendendo à mensagem universal do Evangelho é normal que a Comunidade Evangélica integre uma heterogeneidade etária, social e multiétnica de membros, incluindo pessoas de etnia cigana e muitos cidadãos provenientes de países de língua oficial portuguesa e de outras nacionalidades.
  6. Em momento algum, e ao contrário do título e do conteúdo da notícia, os cultos evangélicos são usados para fins diferentes da proclamação dos valores exarados nas Escrituras, que incluem uma mensagem de esperança para todas as pessoas, englobando todos os estratos sociais, onde também se inserem os mais desfavorecidos e socialmente excluídos, relativamente aos quais temos desenvolvido um vasto programa de apoio social, muitas vezes em parceria com entidades públicas e a própria sociedade civil.
  7. As igrejas evangélicas não promovem partidos políticos nem angariam militantes para movimentos desta natureza. Não faz parte da praxis desta Comunidade dar sentido de voto aos seus membros, os quais, em democracia, exercem livremente todos os direitos consagrados na Constituição, incluindo o exercício político a título pessoal, mas nunca em nome ou em representação de uma igreja, e muito menos de uma Comunidade religiosa.
  8. O título de capa da edição n.º 1420, em forma de trocadilho “Os segredos do pregador Ventura” e “os poderosos lóbis evangélicos”, indicia a existência de um lóbi evangélico de apoio expresso a um partido político, o que não corresponde à realidade.
  9. Por outro lado, o conteúdo da notícia, menciona afirmações de supostos pastores e líderes evangélicos, sem existir a preocupação de verificar se se trata de igrejas ou de líderes que representem uma determinada confissão religiosa, sendo suscetível de induzir em erro os leitores.
  10. Misturar, de forma descontextualizada, outras realidades, e fazer corresponder apoiantes de Bolsonaro e de Trump, sem explicar o contexto político, social e religioso que existe nesses países, com o apoio corporativo (inexistente) de evangélicos a um partido político em Portugal, não nos parece que seja jornalismo de investigação porque as notícias não se baseiam em factos nem na realidade.

A Aliança Evangélica Portuguesa estará sempre disponível para responder a todas as questões que órgãos de comunicação social considerem pertinentes esclarecer, mas procurará sempre repor a verdade dos factos, agora e no futuro, como sempre o fez.

PACIÊNCIA DE JOB

956 635 Aliança Evangélica Portuguesa

Ao falar com alguém recentemente sobre como enfrentamos a adversidade na vida, a figura de Job e as variadas questões que o relato bíblico levantam vieram à tona. O povo português, com os seus muitos provérbios populares, refere-se geralmente a Job quando quer qualificar a paciência, ou a falta dela, de alguém. E talvez perante as situações inesperadas da vida, como as que têm resultado do surgimento do novo vírus COVID-19, possamos verbalizar o nosso sentimento comum, “É preciso ter paciência de Job.”

Paciência é talvez a atitude que, no mínimo, precisamos ter ao nos confrontarmos com os contratempos na vida, embora sejam precisas outras atitudes certamente. Essa atitude é geralmente definida como a “capacidade de suportar contrariedades, incómodos e dificuldades com calma e tranquilidade”. Ao pensar neste vocábulo, concluí que a maior parte das vezes associamo-lo a uma sensação positiva, quando na verdade ele tem em si mesmo uma dimensão de sofrimento; basta lembrarmo-nos do substantivo ‘paciente’ que se refere a alguém que padece/sofre.

Qualquer conversa sobre sofrimento não é geralmente apaziguadora, pois a tendência humana é fugir dessa experiência a todo o custo. E não querendo soar mórbida, é a mesma reacção que temos perante as questões da dor e da morte. Se é verdade que não conseguimos evitar uma grande parte das dores e sofrimentos que experimentamos, talvez seja possível – e eu acrescentaria crucial – termos uma perspectiva diferente perante elas.

Essa percepção diferente em enfrentar a adversidade na vida talvez precise passar pela verbalização das nossas tristezas com mais alguém. Há um provérbio sueco que diz, ‘Alegria partilhada é alegria dobrada; tristeza partilhada é tristeza dividida pela metade.’  Talvez essa partilha não possa ser feita com todas as pessoas, nem se tornar o nosso único tópico de conversa; mas é certamente uma forma de tirar para fora algo que precisa ter nome e abrir portas para apoio mútuo entre companheiros na jornada da vida. Surpreendentemente, ou talvez não, descobriremos que ao expressarmos a nossa vulnerabilidade sentimos um certo alívio e renovar de forças, como também ganhamos uma maior consciência de que o relacionamento fica fortalecido por essa confissão mútua de experiências.

A admissão e verbalização da vulnerabilidade dá espaço para que a vida emerja, e o amor se revele. Esta não é uma fórmula matemática no sentido de ‘se eu fizer isto, então resultará naquilo’. Contudo, julgo que temos constatado que a vida e o amor emergem muitas vezes em circunstâncias inesperadas. Já vimos certamente uma pequenina flor brotar através de uma racha no pavimento. Essa imagem é uma boa ilustração de que a vida é resiliente e desponta mesmo através das rachas da nossa dor, tristeza, fragilidade.

Para mim, pessoalmente, essa é a mensagem que a pessoa e a história de Job me comunicam. Não há a certeza de termos resposta para tudo na nossa vida, incluindo questões como a dor, sofrimento e morte. Contudo, quando admitimos e verbalizamos a nossa fragilidade, encontramos Aquele que nunca nos deixou, não nos deixa, nem deixará. Ele vai à nossa frente, acompanha-nos e segue atrás de nós, encorajando-nos. Esta não é ‘conversa fiada’ como costumamos dizer, mas é a experiência de muitos que têm colocado a Sua confiança em Deus e decidiram encarar a vida com os Seus olhos, mesmo no meio da adversidade. Um desses casos é o de Paulo que testemunhou, “Alegro-me, portanto, com as fraquezas, as injúrias, as privações, as perseguições e as angústias que passei por amor de Cristo. Pois quando me sinto fraco, então é que sou forte.” (2 Cor. 12:10, BPT09).

Num momento pessoal de particular dor e isolamento, as palavras de quem já tinha passado por doença, sofrimento e até morte, verbalizaram o meu sentir e me animaram com a certeza da companhia d’Aquele que me tem como filha amada. Deixo essas palavras aqui no desejo que elas possam igualmente trazer conforto e ânimo a quem delas precise:

“Ainda que eu ande por um vale escuro como a morte, não terei medo de nada. Pois tu, ó Senhor Deus, estás comigo; tu me proteges e me diriges.” (Salmo 23:4, NTLH)

Raquel A. Espinhal Pereira
Secretária académica e professora em instituição bíblica-teológica (www.eunc.edu).

Dia de Oração pelas Crianças em Portugal

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  • Para que o Nome de Jesus seja pregado e conhecido entre as crianças.
  • Por um maior envolvimento das igrejas nos projectos de evangelização de crianças.
  • Agradeça a Deus, pela liberdade de ensinar a Bíblia às crianças nas escolas públicas.
  • Para que crianças crentes aprendam a professar e defender a sua fé nas escolas públicas.
  • Pelas crianças vítimas de abuso sexual.
  • Pelas crianças vítimas de maus tratos e violência doméstica.
  • Para que haja um maior combate ao tráfico infantil.
  • Pelas crianças com dependências nos jogos eletrónicos e telemóveis.
  • Pelas crianças com depressão e com pensamentos suicidas.
  • Ore pela boa a rápida adaptação das crianças às novas formas de estudo pela televisão.
  • Para que crianças de minoria étnica sejam alcançadas.

Consumo, em tempo de pandemia

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Nos últimos tempos, devido à pandemia pela qual o mundo está a passar, muito se tem falado sobre quão benéfica tem sido essa paragem forçada para refletirmos acerca de como estávamos a levar as nossas vidas, rever as nossas prioridades e refazermos a rota.

Voltar à vida como levávamos antes, já não será possível. O mundo mudou. Voltar ao “normal” implica voltar a um estilo de vida diferente. O que é que isto quer dizer? Apesar dos dias estarem a ser maus e ter pessoas a sofrer seja pela perda de um ente querido que foi infectado pelo coronavírus ou pela perda do emprego, algo de muito bom está a acontecer. O Planeta Terra tem respirado aliviado e agradecido pelo isolamento social.

Um dos efeitos positivos da pandemia é a diminuição da emissão de gases que contribuem para as mudanças climáticas. Isso porque o fechamento temporário das indústrias e a diminuição da circulação de veículos tem resultado num ar mais limpo.

Numa reportagem da revista brasileira EXAME, é citada a redução de dióxido de nitrogénio (NO2) em fevereiro, na cidade de Wuhan, epicentro da pandemia do COVID-19. Cidades como Madrid e Barcelona, onde foram tomadas medidas drásticas acerca do isolamento social, também está a acontecer o mesmo.

De entre todas as mudanças que ocorrerão quando tudo isto acabar, uma delas será no hábito de consumo. Várias pessoas já se deram conta de que a forma como consumimos precisa de ser repensada urgentemente. O desmatamento das florestas e a exploração do solo são alguns dos males que o consumo desenfreado tem causado à natureza. De acordo com a ONG World Wide Fund for Nature (WWF), a população mundial consome cerca de 30% a mais do que o Planeta consegue repor. Vários são os motivos que nos levam a um consumo desenfreado. Desde ser aceite no meio em que convivemos, ou para preencher algum vazio existencial. O facto é que, como discípulos de Jesus, temos responsabilidades no que diz respeito aos cuidados com o Meio Ambiente.

Como seguidores de Jesus, devemos cultivar em nós a essência da simplicidade, do não acumular. Com os grandes centros de lojas fechados temos nos dado conta do que sempre soubemos, mas tínhamos ignorado: não precisamos de muito para viver e sermos felizes. A nossa alegria e a nossa suficiência vêm do nosso Pai, fonte de toda satisfação.

É hora de sermos gratos com o que temos e darmos cara nova àquele objeto que provavelmente iria para o lixo, usando a nossa criatividade dada pelo próprio Deus, e que costuma aflorar em tempos como estes que estamos a viver. Seja uma garrafa que pode virar um vaso, ou uma embalagem de vidro que se pode transformar em porta-mantimentos. Até mesmo aquela roupa que estava de lado e que podemos transformá-la em outra peça de roupa. Além disso, quanto menos consumimos, mais podemos contribuir para a expansão do Reino e sermos agentes das Boas Novas a quem precisa neste tempo de desesperança.

O momento presente convida-nos a simplificarmos as nossas vidas. O próprio Jesus não tinha nem onde reclinar a cabeça. Como discípulos Dele, somos desafiados a cada dia a buscarmos o “ser” ao invés do “ter”. Sermos como Ele, vivendo com o suficiente e com o coração preenchido com o que é eterno, onde nenhuma traça corrói e ladrão algum rouba.

 

Suellen Figueiredo
Designer de Moda, especialista em Consultoria de Imagem e Estilo

IN MEMORIAM Moisés Gomes (1937-2020) Testemunho pessoal

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Corria o ano de 1968 quando nos encontrámos pela primeira vez. Moisés e Rosemary, acabados de chegar da América, e com a responsabilidade de relançar o trabalho da Mocidade para Cristo (MpC) em Portugal. Eu, membro da I Igreja Baptista de Setúbal, 20 anos de idade e líder dos jovens da igreja, à procura de um bom pregador disponível para ser o orador na nossa “Semana da Mocidade”. Como estava em Lisboa a frequentar Direito, visitava com frequência as igrejas da capital. Foi aí, em encontro fortuito, que pela primeira vez o ouvi, gostei e o convidei para ir a Setúbal. Aceitou e assim começou um relacionamento que se estreitou quando, passados alguns meses, me convidou para ser seu colaborador na liderança da MpC.

Estamos em 1968. Era o tempo da Primavera Marcelista. Marcello Caetano tinha sido nomeado Presidente do Conselho de Ministros, como então se chamava, em substituição de Salazar. Viviam-se tempos esperançosos que, a História diz, não terminaram bem.

Para dar a conhecer o projeto e os objetivos do ministério da MpC visitámos numerosas igrejas de várias denominações. Havia a consciência de um défice de liderança entre os jovens e que era necessário fortalecer o estudo bíblico e desenvolver a prática da oração. A abordagem metodológica do Moisés era que se formassem no seio das igrejas que nos abriam as portas, núcleos de jovens, que semanalmente ou duas vezes por mês, se reunissem sob a orientação da MpC para estudo bíblico, oração, louvor e confraternização. Não demorou muito que tivéssemos uma agenda cheia de contactos e reuniões e um bom grupo de colaboradores voluntários. O trabalho e as múltiplas atividades que dele decorriam levou o Moisés a alugar um espaço para ponto de encontro, escritório e outras atividades. Assim aconteceu, com duas salas num quinto andar na Rua da Prata. Alegria, boa disposição, fraternidade e amizades que ainda hoje perduram, construíram-se naquele quase mítico espaço na Baixa Lisboeta!

Moisés definiu, desde cedo e claramente, os princípios da nossa atividade: estudo bíblico e oração seriam o centro/eixo do nosso ministério e da atividade dos núcleos nas diferentes igrejas. Outras ações foram sendo adicionadas, como grandes encontros periódicos (rallies) e, com um impacto muito especial, os acampamentos em Vila Nova de Mil Fontes nas instalações do Caravela. Foi nesse tempo, que nas variadas viagens através do Alentejo, comecei a apreciar a sua beleza singular bem assim a da Costa Vicentina. Tempos inesquecíveis e saudosos que através da memória nos levam ao tempo da juventude.

Outro ponto fundamental no pensamento e na ação do Moisés era o seu amor pela igreja local, que devia ser fortalecida pela nossa presença e nunca prejudicada. Cada jovem era aconselhado a estar e participar nos domingos na sua igreja.

O jeito do Moisés se relacionar com os jovens que participavam nos nossos programas era pastoral e de aconselhamento, procurando ajudá-los nas suas dúvidas, interrogações e perplexidades. Foi para mim uma excelente escola, com um bom professor.

Por essa altura, tendo sentido a chamada para o serviço cristão integral, no pastorado, entrei no Seminário Baptista de Queluz onde cheguei a ter o Moisés como professor. A sua convicção da importância de uma boa educação teológica levou-o a dedicar vários anos da sua vida, como professor, ao Seminário Baptista e ao Instituto Bíblico Português.

O seu conhecimento da realidade denominacional, levou um grupo de líderes evangélicos a sugerir o seu nome para Presidente da Aliança Evangélica Portuguesa (AEP), sucedendo a José Dias Bravo. Em 1999 assume a presidência da AEP constituindo uma direção à qual eu e o irmão António Calaim, atual presidente, pertencemos. Mais uma vez tive oportunidade de acompanhar de perto o seu trabalho, nada fácil, numa época de alguma turbulência denominacional. Procurando ser traço de união, não abdicava do que considerava ser fundamental na cooperação entre igrejas e denominações, que integravam a AEP.

A prioridade que sempre deu às igrejas locais por onde passou e com as quais cooperou, concretizou-se  quando, ao deixar o comando da MpC, assumiu o pastorado da Igreja Baptista de Alcobaça (1990-2009). Deixou obra, assumida pelo atual Pastor Alberto Carneiro.

Uma palavra muito especial é dedicada aqui à sua esposa Rosemary, que o acompanhou a Portugal e onde se tornou portuguesa de coração, amando e sendo amada pelos muitos que a conheceram e com ela conviveram. Como testemunho pessoal posso referir a sua simpatia, hospitalidade bem assim a sua disponibilidade para escutar aqueles que precisavam de um ouvido atento e de uma palavra de estímulo.

Como amigo, companheiro de jornada e colega de ministério, é-me doloroso vê-lo partir. Começo a despedir-me de homens e mulheres que tiveram impacto na minha vida e cuja amizade e companheirismo muito prezei. É o curso natural das coisas e da vida!

Do Moisés Gomes só me resta dizer, parafraseando Paulo: Combateu o bom combate, acabou a carreira, guardou a Fé. Partiu para receber a coroa da glória e os bem-vindos do seu Senhor a quem serviu fielmente até ao fim.

A Deus toda a glória.

Abel Pego

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