Houve um período na minha vida em que eu tive de aprender a depender totalmente de Deus, a nível financeiro. Havia escassez de alimentos em casa e eu trabalhava numa pequena mercearia, onde a probabilidade de receber um ordenado completo a tempo e horas era muito remota. Eu ganhava um pouco menos que o salário mínimo nacional, que naquela altura rondava os quatrocentos e oitenta euros mensais; para acrescentar, o negócio não andava bem. Naquela altura eu suportava as despesas de casa sozinha. As contas foram-se acumulando por falta de fundos e deparei-me com o seguinte dilema: ou pagava as contas, ou punha comida em casa. Certo dia, abri a despensa de casa e vi que tinha apenas meio quilo de arroz e um pacote de grão. Cozi o grão e dei à minha cadela e cozi o arroz que tinha e comi nessa noite. Na manhã seguinte, fui trabalhar, consciente de que nada havia na minha despensa. Quando cheguei ao trabalho, desmanchei-me em prantos, e comecei a desabafar com Deus e disse:
“Deus, eu não vou reclamar! Eu não vou reclamar! Eu agradeço-te por teres cuidado de mim até agora e por me teres alimentado, pois reconheço que todo o alimento que eu recebo provém de Ti. Não me faças humilhar-me perante ninguém; prefiro mil vezes humilhar-me perante Ti do que humilhar-me perante o homem. Além disso, a tua palavra diz que tu és o meu Pastor; Tu és aquele que cuida de mim e aquele que me alimenta. Nenhum pastor deixa a sua ovelha passar fome e ele sabe que ela depende dele para se alimentar. Não me interessa se não tenho dinheiro, pois eu não sou dependente do dinheiro, mas sim dependente de Ti. Tu és meu e eu sou tua e nada nos irá separar. Então eu sei que me vais alimentar; eu sei que, jamais, em momento algum, me deixarás passar fome. Eu não vou pedir a ninguém, porque eu sei que tu vais me dar. Eu confio Naquele que eu aceitei como único Deus e Senhor e como meu Salvador. Ámen.”
Depois de orar senti uma paz tão grande! Eu tinha convicção que Deus iria fazer algo. Afinal de contas, só Deus sabia da minha situação. Nesse mesmo dia, o meu patrão, que era a pessoa mais carrancuda e maldisposta que eu conhecia na época, chegou à loja e disse-me:
“Fiz uma caldeirada de peixe e trouxe para tu almoçares.” E saiu. O que é certo é que, desde a minha oração até ao dia em que me pagaram o salário seguinte, todos os dias recebia convites, de pessoas diferentes, para almoçar ou jantar. Havia sempre alguém que dizia: “Não sei porquê, mas estava a cozinhar o almoço e senti que tu irias gostar de comer algo diferente. Então trouxe-te para tu comeres.”
Quanto à minha cadela, a minha colega lembrou-se que me poderia fazer jeito alguns restos de comida e ossos que ela tinha em sua casa. Senti uma enorme alegria, paz e descanso. Esta experiência permitiu-me desfrutar do doce sabor da vida eterna, pois ela foi manifesta na minha vida de uma forma bem visível através do agir de Deus.
Quando nós conhecemos Deus como único e verdadeiro e reconhecemos Jesus como aquele que foi enviado por Ele para que este fosse a expressão da sua existência, nós permitimos que a glória de Deus seja manifesta na nossa vida. Deus enviou o Seu Filho para que nós entendêssemos que, ao aceitá-lo, apesar de estarmos no mundo, não pertencemos a este mundo, ou seja, não é o mundo que dita o nosso futuro, a nossa vida, a nossa capacidade, o desenrolar da nossa história. Quem dita isso é Deus.
Agora, para podermos experimentar tudo isto, temos que tomar a decisão de buscá-l’O em primeiro lugar, antes de reclamar, antes de nos irarmos, antes de nos frustrarmos, antes de rebentarmos e desistirmos, seja em que área for. João 17:1-8
Desde que uma pessoa se converte e, ao longo da sua caminhada com Deus, ela ouve falar inúmeras vezes que, ao aceitar Jesus como seu Senhor e Salvador, ela recebeu a vida eterna. No entanto, muitas vezes existe uma certa dificuldade em entender o que é a vida eterna, quais são as suas implicações e como caminhar na sua revelação. Para isso devemos primeiramente ter consciência de que a vida eterna não é alcançada no Céu; ela é alcançada aqui na terra a partir do momento em que se conhece Deus por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem Deus enviou. É imprescindível que se cumpram estas duas condições em simultâneo:
“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3)
Peça a Deus que o seu conhecimento sobre a vida eterna não seja meramente teórico, mas que no fundo venha a experimentar o seu doce sabor, para que venha a viver com base em tudo o que ela implica e para que conheça a Deus como aquele que dita o desenrolar de cada situação da sua vida.
Declare que o dono, o Pai, o Senhor, o Deus da sua vida é DEUS! Ele é dono da sua vida, da sua família, da sua casa, das suas finanças, dos seus estudos, da sua mente, da sua boca, das suas emoções, das suas amizades, do seu ministério, de toda a sua essência. Ele jamais lhe deixará faltar alguma coisa, pois Ele é Seu e você é d’Ele.
Assuma uma postura na sua vida que expresse a sua decisão de viver com base na vida eterna com Cristo e peça ao Pai que lhe dê força, coragem e sabedoria para conseguir lidar com as questões que envolvem as diversas áreas da sua vida.
A vida eterna é agora! Experimente, aproveite e desfrute!

Antónia Pinto Neto
Formadora de Inglês e Coordenadora da 3T Home School.