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Exercício do Direito de Resposta

Exercício do Direito de Resposta

1080 813 Aliança Evangélica Portuguesa

Na sequência da notícia veiculada pela Visão online, no dia 20 de maio de 2020, com o título “Líderes e pastores evangélicos fazem campanha pelo Chega”, e na capa da edição n.º 1420, de 21 de maio de 2020, “Chega, os segredos do pregador Ventura” e “os poderosos lóbis evangélicos”, vem a Aliança Evangélica Portuguesa, órgão representativo da Comunidade Evangélica em Portugal, exercer o seu direito de resposta, nos termos do n.º 4 do artigo 37.º da Constituição da República Portuguesa e dos artigos 24.º a 27.º da Lei n.º 2/99 (Lei de Imprensa), de 13 de janeiro, na sua atual redação, o que faz nos termos e com os fundamentos seguintes:

  1. Ao longo dos anos, a Visão habituou-nos a ver o mundo pelos olhos de jornalistas imbuídos de elevada deontologia profissional, alicerçando o rigor e a verdade em fontes credíveis e com o necessário recurso ao contraditório.
  2. Por essa razão, estranhamos que para fundamentar o título de capa da edição n.º 1420, a Visão não se tenha dignado ouvir a Aliança Evangélica Portuguesa, entidade centenária e órgão representativo da Comunidade Evangélica em Portugal, que agrega mais de 700 igrejas filiadas, com implementação histórica em todo o território nacional, representando um universo de crentes e outras pessoas no seu contexto de influência que ascende a 5% da população do país, sendo por isso, em termos numéricos, a segunda confissão religiosa em Portugal.
  3. Ao contrário do que é afirmado no título da notícia publicada na edição online, no dia 20 de maio de 2020, “Líderes e pastores evangélicos fazem campanha pelo Chega”, e no título de capa da edição n.º 1420 da revista Visão, de 21 de maio de 2020, “Os segredos do pregador Ventura” e “os poderosos lóbis evangélicos”, não existe correspondência factual entre os títulos em questão e a realidade.
  4. As diferentes igrejas evangélicas em Portugal são comunidades integradoras, a maioria delas radicadas há várias décadas, tendo sobrevivido à perseguição política e religiosa, desde os tempos da Inquisição, passando pela ditadura do Estado Novo.
  5. Atendendo à mensagem universal do Evangelho é normal que a Comunidade Evangélica integre uma heterogeneidade etária, social e multiétnica de membros, incluindo pessoas de etnia cigana e muitos cidadãos provenientes de países de língua oficial portuguesa e de outras nacionalidades.
  6. Em momento algum, e ao contrário do título e do conteúdo da notícia, os cultos evangélicos são usados para fins diferentes da proclamação dos valores exarados nas Escrituras, que incluem uma mensagem de esperança para todas as pessoas, englobando todos os estratos sociais, onde também se inserem os mais desfavorecidos e socialmente excluídos, relativamente aos quais temos desenvolvido um vasto programa de apoio social, muitas vezes em parceria com entidades públicas e a própria sociedade civil.
  7. As igrejas evangélicas não promovem partidos políticos nem angariam militantes para movimentos desta natureza. Não faz parte da praxis desta Comunidade dar sentido de voto aos seus membros, os quais, em democracia, exercem livremente todos os direitos consagrados na Constituição, incluindo o exercício político a título pessoal, mas nunca em nome ou em representação de uma igreja, e muito menos de uma Comunidade religiosa.
  8. O título de capa da edição n.º 1420, em forma de trocadilho “Os segredos do pregador Ventura” e “os poderosos lóbis evangélicos”, indicia a existência de um lóbi evangélico de apoio expresso a um partido político, o que não corresponde à realidade.
  9. Por outro lado, o conteúdo da notícia, menciona afirmações de supostos pastores e líderes evangélicos, sem existir a preocupação de verificar se se trata de igrejas ou de líderes que representem uma determinada confissão religiosa, sendo suscetível de induzir em erro os leitores.
  10. Misturar, de forma descontextualizada, outras realidades, e fazer corresponder apoiantes de Bolsonaro e de Trump, sem explicar o contexto político, social e religioso que existe nesses países, com o apoio corporativo (inexistente) de evangélicos a um partido político em Portugal, não nos parece que seja jornalismo de investigação porque as notícias não se baseiam em factos nem na realidade.

A Aliança Evangélica Portuguesa estará sempre disponível para responder a todas as questões que órgãos de comunicação social considerem pertinentes esclarecer, mas procurará sempre repor a verdade dos factos, agora e no futuro, como sempre o fez.

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