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AEP

Centro Evangélico de Sintra (Vila Verde) transforma-se durante a semana em Centro de Vacinação Covid-19.

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As primeiras vacinas começaram a ser administradas no local esta quarta-feira. A inauguração contou com a presença do Vereador da Saúde da Câmara Municipal de Sintra, Eduardo Quinta Nova, e da Diretora Executiva do Agrupamento de Centros de Saúde de Sintra, Clara Pais.

Além da cedência das instalações, a Igreja Evangélica de Sintra tem disponível para oferecer a todos os utentes que ali forem vacinados o livro “Onde está Deus neste mundo?” de John C Lennox, com algumas reflexões sobre a Covid 19.

Aos domingos, o espaço volta a ser transformado em local de culto para depois, na segunda-feira ser novamente um centro de vacinação. É um exemplo de como a igreja pode servir a comunidade de forma relevante, em tempos de pandemia.

Brevemente com reportagem para o programa “Luz das Nações” na RTP2.

Sara Narciso
AEP Comunicações

“Super Histórias da Bíblia” regressam na Páscoa

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Preparámos mais dois programas especiais para crianças “Super Histórias da Bíblia” sobre a Páscoa, para transmitir no espaço “Luz das Nações” (Fé dos Homens) na RTP 2.

Terça-feira, dia 30 de Março, e sexta-feira, dia 2 de Abril, às 15h.

Para toda a família.
A não perder!

Pode ajudar a AEP através da sua declaração de IRS

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Hope Fest

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Vamos celebrar juntos a Páscoa online na sexta-feira, 2 abril, às 21h com o HOPE FEST. Será uma oportunidade para partilhar boas notícias cheias de Esperança!

No programa vamos contar com histórias, testemunhos, música, Palavra e desafios.

Com Macaia, Ricardo Coelho, Isaac Reis, entre outros convidados.

Para acompanhar online em:

-Site: https://hopefest.pt

– Facebook: https://fb.me/e/u2R4mrZH

-YouTube: https://youtu.be/d5nyZwHKeVo

-Instagram: https://Instagram.com/hopefest_

Direção musical: Ricardo Coelho
Produção: Nuno Coelho
Organização: Aliança Evangélica Portuguesa

Mais info em https://hopefest.pt

Ajudar em tempos de pandemia

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São muitos os que neste tempo de pandemia têm ficado mais vulneráveis. Desde logo, aqueles que, em condições normais, já são desfavorecidos em questão de desigualdade social: os refugiados, imigrantes, os que têm menos qualificações, os que têm trabalhos precários, os que têm menos acesso a recursos digitais e as vítimas de violência doméstica.

Se conhece alguém nestas ou noutras situações de fragilidade, e se, dentro das suas possibilidades e com as devidas proteções, puder ajudar, faça-o com sabedoria e prudência.

Eis aqui alguns exemplos de ajuda que poderá dar:

– Ofereça alguns alimentos a uma família desempregada ou imigrante perto de si, e que tenha algumas necessidades nesta ou noutras áreas básicas (use sempre as devidas proteções).

– Se tem uma empresa e pode oferecer trabalho a alguém, faça-o.

– Dentro do possível, compre e consuma produtos da economia nacional (é grande o número das empresas que não consegue subsistir neste tempo, sem vendas e abre falência).

– Se tem um PC a mais e pode emprestar ou oferecer, faça-o. Há crianças que podem precisar para os trabalhos escolares.

– Se conhece alguém que passa ou passou situações de violência doméstica, ofereça-se para ajudar, para ouvir, para ser pessoa de confiança.

– Nas redes sociais, ou por telefone, tente estar em contacto principalmente com pessoas que estão sós. Escreva e fale mensagens de esperança, encorajamento e ânimo.

Por vezes, nem todas as pessoas conseguem logo pedir ajuda explicitamente, e, tal como os quatro amigos que levaram o paralítico a Jesus (Mateus 9:2-6), é possível que neste tempo tenhamos de “carregar” alguém na esteira das nossas orações, dos nossos cuidados ou mensagens de esperança. Sim, plantar esperança nos corações tristes deve ser tão frequente neste tempo, quanto desinfetar as mãos ou usar máscara.

Elsa Correia Pereira

Socióloga

Comunicado desconfinamento

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Damos graças a Deus pela evolução positiva em relação à pandemia em Portugal.

Na situação mais grave da pandemia recomendamos que fossem privilegiados os meios telemáticos em detrimento dos cultos presenciais. Esta recomendação surgiu no seguimento do pedido que nos foi endereçado pelo Governo do nosso país.

Neste período de desconfinamento recomendamos que cada comunidade reúna a sua direção e avalie, com base nos dados das áreas geográficas em que estão inseridos, como deve promover o regresso aos cultos presenciais. Deve ser sempre preservado o princípio de que as atividades presenciais possam ser retomadas no cumprimento das normas da DGS, tendo especial cuidado no período das celebrações pascais e tendo atenção ao movimento de pessoas, de forma que não ocorram aglomerados de pessoas no início e fim dos cultos.

A mulher e a oração

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No dia 8 de Março, a cada ano, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Embora algumas investigadoras considerem esta explicação um mito, a realidade é que para a “História o que ficou é que a origem do Dia Internacional da Mulher remonta a 8 de Março de 1857, quando operárias russas e norte-americanas protestaram nos seus países contra as condições de vida e de trabalho. Contudo, só em Dezembro de 1977, a ONU instituiu a data para lembrar as conquistas femininas” (Como nasceu o Dia da Mulher (noticiasaominuto.com)).

E o Dia Mundial de Oração? Também tem uma data a assinalar. Ao que consegui apurar, é uma celebração móvel que ocorre na primeira sexta feira de Março e é celebrado em 170 países (curiosamente, muito próximo do dia 8 de Março – dia da Mulher – portanto!). Diz-se que o Dia Mundial de oração nasceu no século XIX quando mulheres cristãs dos EUA e Canadá iniciaram, através da oração, uma série de atividades de cooperação e apoio à participação de mulheres em obras missionárias pelo mundo.

E se juntássemos os dois dias? Assim, nasceu o Dia Universal de Oração da Mulher Cristã, cuja realização em Portugal, aconteceu pela primeira vez há 75 anos, no dia 8 de março de 1946, promovido pela Aliança Evangélica Portuguesa (AEP). Na altura, esta iniciativa foi organizada pela missionária Katherine Tucker, juntando-se para o efeito 43 mulheres.

Para os leitores localizarem historicamente este acontecimento, deixem-me apontar que, a AEP foi organizada em 1921, embora o seu estatuto legal tenha data de 1935. Contudo, apenas em 1939 foram admitidas como sócias as primeiras mulheres.

Hoje reconhecemos a oração como um pilar fundamental da igreja cristã evangélica, das nossas famílias e comunidades. Assim, queremos desafiar todas as mulheres portuguesas a tirarem um momento, neste dia 8 de Março, para ao telefone, pelas Redes Sociais, por videochamada, etc. terem um momento de oração com uma ou mais amigas. Lembrem-se dos exemplos bíblicos de mulheres de oração que fizeram a diferença no seu tempo: Ana, mãe de Samuel que orou no templo por um milagre e Deus lhe respondeu dando-lhe um filho (I Samuel 1) tão especial e dedicado ao Senhor. Ester, que convocou oração e jejum pelo livramento do seu povo. A viúva Ana (Lucas 2), que dedicou a sua vida a jejuar e orar no templo.

Sabemos que Deus responde ao clamor do Seu povo. Seja uma intercessora, pela sua família, a sua comunidade, a sua igreja, o seu país. Deus irá honrar o seu esforço e fé.

Elsa Correia Pereira

Socióloga e autora de “O Diário de Uma Mulher Feliz”

Deus cuida dos detalhes

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Eu sou a Marta e quero contar-vos a história muito especial do meu filho Rodrigo. Tudo começou em 2007, quando casei com o Nuno. Dois anos depois, sentimos que seria altura de pensar em ter um filho, o que constituiria uma alegria para toda a família… E um tempo depois, aconteceu!

O teste do pezinho

O Rodrigo nasceu em 2011, de cesariana, e por isso eu tive de ficar mais uns dias no hospital. Saímos no 6º dia, e no 7º dia o Rodrigo fez o teste do pezinho. Todos os pais fazem porque é obrigatório, mas normalmente nunca mais nos lembramos dele… O problema foi quando, passados 10 dias, chegou a nossa casa uma carta a dizer que havia ligeiras alterações no rastreio alargado do pezinho e solicitaram-nos uma nova amostra de sangue. Isto, para uma mãe que acabou de ter um filho, significa milhões de dúvidas sobre a ideia de não ser normal. “Nunca ouvi falar disto, porque é que estão a pedir uma segunda amostra?” Passados mais 10 dias, eu recebi um telefonema do Hospital de Dia das doenças metabólicas, para fazer novas análises. Mais uma vez nos disseram que o segundo teste tinha vindo com anomalias, e que seria necessário fazer análises mais específicas e enviar para o Instituto Ricardo Jorge, no Porto, que era onde estavam os especialistas em doenças metabólicas. Teríamos que esperar um mês e meio pelos resultados.

Duas mutações

Quando os resultados chegaram, no dia 18 de Maio, o Rodrigo tinha 2 meses. Ele tinha duas mutações. Uma delas era o VLCAD, uma doença ligada à cadeia dos ácidos gordos, da cadeia muito longa. Sobre a segunda mutação, o resultado dizia que “não se encontrava descrita na literatura”, pelo que seria necessária nova análise… Esta nova análise foi realizada num ambiente super protegido para não haver qualquer risco de contaminação, e foram retiradas amostras de sangue a mim e ao bebé, na Faculdade de Ciências de Lisboa, e enviadas para a Holanda, onde estão os maiores especialistas em doenças metabólicas, para analisarem a segunda mutação. Foi então que os profissionais de saúde explicaram melhor o que se passava – se o Rodrigo tivesse apenas um gene com mutação, seria portador, tal como eu e o pai, o que é uma situação raríssima ou seja, ambos somos portadores de uma mutação e, por coincidência, os dois passámos a doença ao nosso filho (podia não ter acontecido, sequer).

O que significa?

A primeira mutação do gene do Rodrigo –VLCAD significa que a enzima não processa os ácidos gordos da cadeia muito longa. Quais as implicações disso? O nosso corpo precisa de energia para funcionar. Ora, se a enzima não consegue processar os ácidos gordos, o organismo não teria energia e era necessário fornecer-lhe essa energia. Na altura, os profissionais de saúde tinham muito pouca informação. Foi-nos facultado o protocolo da doença VLCAD, em inglês. Eu sentia um misto de angústia e anestesia, pela surpresa da situação, mas uma das coisas que não me saía da cabeça era que uma das consequências graves da doença poderia ser coma ou morte. Para uma mãe, com uma criança de dois meses nos braços, não é fácil ler isto. A questão é: se o corpo não consegue produzir energia a partir dos alimentos, vai tentar ir buscá-la aos músculos, aos órgãos, “consumindo” a estrutura destes, e atacando especialmente o coração, podendo então provocar o coma ou a morte súbita.

A alimentação

Era regra para o Rodrigo comer de 3 em 3 horas, incluindo à noite. Bem, há pais que conseguem dar um biberão aos bebés, mesmo com eles a dormir, ou quase… Mas não era o caso do Rodrigo. Ele não acordava, serrava os dentes, não queria beber, só queria dormir, e quando era mais crescido atirava o biberão fora, só para poder dormir. Podem imaginar o nosso desespero como pais, sabendo que o nosso filho tinha esta doença, e que ela não tem outro tratamento a não ser comer… O nosso corpo adquire energia através dos açúcares (que se consomem rapidamente), dos hidratos de carbono, e caso não existam estas fontes de energia, o corpo vai buscar às “reservas” de gordura, coisa que o Rodrigo não tem. O corpo do Rodrigo tinha pois, de ser constantemente “reabastecido” de energia, caso contrário, poderia entrar em descompensação.

Os resultados chegaram da Holanda. Confirmou-se que o Rodrigo tinha VLCAD, embora, graças a Deus, fosse uma variante “leve”. No entanto, a doença era grave, havia pouca informação e o que se sabia é que o bebé não podia deixar de comer, independentemente do sono ou das birras…

Eu orei tantas vezes a chorar: “Por favor, Deus, guarda o meu menino, se ele não comer”. Tenho a plena consciência que Deus o guardou muitas vezes, e que eu fazia de tudo para o manter acordado, mas por vezes ele passava o número de horas estabelecido, pois não acordava.

O Rodrigo hoje

O meu filho tem agora 9 anos, e quem olha para ele não vê qualquer indicação de doença. Contudo, o Rodrigo tem restrições e tem de saber viver com elas, apesar de ser apenas uma criança. Por exemplo, numa festa de aniversário, ele não pode comer batatas fritas, gomas, doces, chocolates “à vontade” como os seus amiguinhos. Pode apenas comer uma destes alimentos pontualmente, pois o seu organismo não os processa.

Hoje, a informação sobre a doença evoluiu e o Rodrigo já pode tomar o MCT Oil, que é a gordura que o corpo humano processaria para obter energia, e também algumas vitaminas. Este produto e um outro medicamento são caros mas são comparticipados pelo Estado, o que é uma bênção grande.

A graça de Deus!

Apesar de todos estes condicionalismos, eu consigo ver a graça de Deus em cada detalhe, o Seu cuidado, proteção e amor. Outras pessoas há com doenças, das quais os médicos não conseguem detetar as causas, não conseguem identificar os tratamentos, o que nunca aconteceu com o Rodrigo. Por exemplo, eu soube de um caso que só ao fim de 10 anos foi detectado que a pessoa tinha uma doença metabólica, com todas as consequências que daí advieram, infelizmente. Eu conheço bem a angústia de não saber o que o meu filho tem, para se tratar convenientemente, e por isso agradeço a Deus que a doença tenha sido logo detetada no Rodrigo, prevenindo situações graves. Sei que o papel dos pais é fundamental, nunca deixando passar as rotinas alimentares e as tomas dos medicamentos, mas mais do que tudo sei que Deus cuidará de cada detalhe, como até aqui, e é isso que sossega o meu coração. O Rodrigo até hoje é acompanhado pelas Unidades Metabólicas e pela Cardiologia, realizando Holters frequentes. É um menino saudável, apesar de tudo, que gosta de saltar e pular, correr e brincar, e isso é a graça de Deus visível na sua vida, na nossa vida!

Com este meu testemunho, quero expressar a enorme gratidão que eu tenho para com Deus e a serenidade que tenho dentro de mim pela certeza de que, seja qual for o problema, podemos colocar sempre aos pés de Deus e Ele, na Sua infinita misericórdia, nos ouvirá e resolverá, caso seja essa a Sua vontade. Para Ele nada é impossível.

Marta Aleixo

Assistente executiva

Apaixonada pelo Maestro

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Levantei-me sem dores, com a energia normal de quem bebe café e sai de casa em pulgas para ver o tão esperado concerto de música clássica.

Mas percorri todo o parque da Gulbenkian, depois de subir e descer escadas do metro, comboio e sei lá mais o quê, tudo para chegar minutos antes e entrar naquela sala ainda agitada de pessoas mascaradas à procura do seu lugar regrado por distância.

Não admira que me sinta ainda entusiasmada mas já com a cabeça um pouco a andar à roda. Oiço a apresentadora explicar que a obra se divide em vários actos e os primeiros são de estórias infantis, desenhadas na sua composição com muito detalhe, que nos daria a oportunidade de ouvir algo complexo e difícil de uma forma simples e bela. Fico ainda mais curiosa e sinto o calor do pequeno sprint que fiz perdida à volta daquele edifício. Apagam as luzes e abrem as cortinas por trás dos músicos. Uma janela para o lago do parque, que cenário! O maestro entra, formoso e famoso e não se ouve um suspiro. Vai começar…

Lembro-me que nos dois primeiros actos a minha pele esteve sempre arrepiada mas o meu cérebro não conseguia assimilar… Estava ainda a despir-se do que se passava lá fora. A semana fora intensa e era preciso deixar tudo à porta mas entrou rápido demais e a melodia acompanhava aquele despir das roupas molhadas e pensamentos ensopados, como se estivesse farta deles e tivesse pressa de começar outra vez.

Sinto a cabeça dormente, foi rápido demais para uma pessoa que está a recuperar de uma exaustão neurológica e psicológica. Mas agora estava ali, e despida já estava, mesmo assim.

Então chegou o terceiro acto. Comecei a reconhecer a linguagem dos instrumentos, entendi o diálogo tumultuoso da “Bela e o Monstro” que depois se torna príncipe entoado já por cordas de harpa e acaba tão vigoroso que há uma pausa silenciosa seguida de um aplauso esplendoroso. E eu já estava no filme… Entrei no 4º acto como se vivesse uma cena da Jane Austen… Sentia a nostalgia de algo fantasiado no meio de uma beleza surreal que invadiu os meus ouvidos, enquanto me distraía a ver os patos lá fora a dançar no lago ao som daquela composição. Já não sei bem em que parte limpei a cara molhada mas recordo-me da brisa que me invadiu o peito, porque por um lado estava feliz demais e não sabia conter todo ar que estava lá dentro, mas ao mesmo tempo tinha uma saudade avassaladora do que ainda não vivi.

Como se aquele momento me profetizasse o futuro, uma simples melodia, antecipava em mim a certeza de que esta frágil capa um dia se rasga e revela um coração cheio, com cicatrizes e estrias de tanto esticar e encolher, mas cheio de amor para dar e vender. Um coração livre que celebra a vida com um aplauso emocionado, de pé e sorriso nos lábios por cada acto tocado, cada solo, por cada instrumento mais afinado da nota mais triste à mais saltitante, vivida na mente d’Aquele que dirige a orquestra e de lágrimas nos olhos, tal como eu, se vira para receber o meu aplauso, enquanto eu me prostro porque não sei mais o que fazer para lhe agradecer dirigir esta obra magnífica que Ele diz ser eu mas que foi criada por Ele. Obrigada Maestro.

“Pois possuiste os meus rins; entreteceste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando, no oculto, fui formado e entretecido, como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais iam sendo, dia a dia, formadas, quando nem ainda uma delas havia. E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grandes são as somas deles!”

“O Senhor teu Deus veio para viver no meio de ti. Ele é um poderoso Salvador e far-te-á vencer; terá grande prazer em ti; amar-te-á e não mais te acusará. Ouço um alegre cântico que traduz a própria alegria que o Senhor sente em ti.”

Raquel Costa

Formada em Serviço Social, fundadora do projecto www.worshiphouses.org e Líder de Louvor na Igreja CCVA Alverca

Recordações de um tempo sombrio

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A encomenda é volumosa e pesada. Acabou de ser entregue, pelos Correios, no seu local de trabalho.

Ao sair, ela chama um táxi, para poder transportar aquela grande caixa para casa.

Foi enviada pela mãe e pela irmã, que vivem longe e não estão consigo há meses por causa da pandemia.

Abre-a e delicia-se só de olhar. São várias refeições cozinhadas – aquelas comidas que ela mais gosta, em diferentes caixas bem acondicionadas. E tem ainda o seu bolo de laranja favorito, uma torta, queijo, marmelada… Também um jogo de lençóis térmicos, de que precisava. Ah, e um envelope branco. Abre, e dentro encontra uma nota de 10 euros, com a indicação de que é para pagar o táxi de que terá precisado para levar a encomenda para casa.

Aconteceu há dias com uma amiga minha e é uma daquelas recordações confortantes que irão ficar, deste tempo diferente e difícil.

E dou comigo a pensar: que memórias irão ficar deste tempo de confinamento? O que é que cada um de nós poderá fazer para criar boas recordações, apesar de tudo?

Numa altura de provação na vida de Paulo, em que esteve preso, não em casa por confinamento mas numa autêntica prisão por anunciar o evangelho, Onesíforo foi um sopro de ânimo e suporte. Escrevendo a Timóteo, Paulo lembra esse apoio tão confortante, e que aconteceu muitas vezes:

“O Senhor conceda misericórdia à casa de Onesíforo, porque muitas vezes me recreou, e não se envergonhou das minhas cadeias.” (II Timóteo 1:16)

Um provérbio antigo, lembra-nos que a angústia gera irmãos. Diz assim: “Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão.” (Provérbios 17:17)

Neste tempo aflitivo no nosso país, e também por todo o mundo, marcado por ansiedade, tristeza, doença, luto, solidão, que possamos buscar de Deus recursos espirituais, afectivos, materiais e partilhar uns com os outros, no cumprimento do seu mandamento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” (João 13:34) E que, no futuro, este ano possa ser lembrado como um tempo de grande união e entreajuda em que, por isso, nos tornámos mais fortes.

Bertina Coias Tomé
Psicóloga, Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde e Psicologia Comunitária

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