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AEP

MOISÉS GOMES (1937-2020)

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Moisés dos Santos Gomes nasceu a 1 de Julho de 1937, em Leiria, terceiro de oito filhos do casal Fabrício e Piedade Gomes, membros da Igreja Baptista de Leiria. Numa família de parcos recursos, Moisés conciliava os estudos com o auxílio ao pai na oficina de automóveis.

Aos 19 anos, desafiado por João Jorge de Oliveira , um dos pastores e missionários batistas pioneiros em Portugal, viaja para os Estados Unidos para estudar engenharia mecânica no LeTourneau College, no Texas, curso que não chega a concluir.

Tendo decidido dedicar-se inteiramente ao serviço cristão, Moisés estuda humanísticas (Southwest Baptist University, Missouri) e psicologia (Oklahoma Baptist University), para posteriormente obter o grau de mestre em divindades (Southwestern Baptist Theological Seminary, Texas), iniciando mais tarde o doutoramento em Teologia (Dallas Theological Seminary, Texas).

A 28 de Agosto de 1965 casa com Rosemary Lee Starkey, enfermeira que se tinha voluntariado para ser missionária em África.

Em 1967, desafiado por Samuel Faircloth, que fundara entretanto o Movimento Promotor de Evangelização, regressa a Portugal para dirigir o trabalho da Mocidade para Cristo (Youth for Christ). Com fortes ligações ao movimento de evangelização mundial iniciado por Billy Graham, nos Estados Unidos, a Mocidade para Cristo tinha sido estabelecida em Portugal em meados dos anos 1950, mas só com Moisés Gomes veio a adquirir estrutura e atividade regular. Entre muitas iniciativas que mobilizaram a juventude evangélica em Portugal, ao longo de 23 anos, Gomes organizou campos bíblicos, inicialmente em Água de Madeiros e durante duas décadas em Vila Nova de Milfontes, no Acampamento Caravela, espaço propriedade da TEAM (The Evangelical Alliance Mission), que ali também promovia os seus campos bíblicos. Sendo um ministério interdenominacional, o trabalho da Mocidade para Cristo reunia ao longo de todo ano jovens de diversos ramos do meio evangélico português, espalhados por todo o país.

Ao deixar o trabalho da Mocidade para Cristo, Moisés Gomes assume em 1990 o pastorado da Igreja Baptista de Alcobaça que acumulará durante alguns anos com o da Igreja Baptista da Nazaré. Em Alcobaça dedica-se à evangelização e ao trabalho social com crianças, criando em 1993 a Fundação Vida Nova. Permanece como pastor da igreja até 2009.

É eleito para o triénio 1999-2001 presidente da Aliança Evangélica Portuguesa , sucedendo a José Dias Bravo. Foi ainda professor do Seminário Teológico Baptista e do Instituto Bíblico Português, lecionando diversas disciplinas nas áreas de evangelização e aconselhamento. Foi ainda membro da direcção da Sociedade Bíblica de Portugal.

Moisés dos Santos Gomes faleceu a 18 de Abril de 2020, em Kalamazoo, nos Estados Unidos, onde residia desde a sua aposentação.

Sociedade Portuguesa da História do Protestantismo
www.sphp.pt

Avós e netos, em tempo de pandemia

626 417 Aliança Evangélica Portuguesa

“O maior orgulho e alegria para os velhos são os seus netos;” (Provérbios 17:6, A Bíblia Viva)

Olhamos para os nossos netos e vemos o que os pais deles ainda não conseguem ver completamente: vemos a sua perfeição, a sua inteligência, perspicácia, alegria e força de viver, o reflexo dos próprios pais e o nosso reflexo também; vemos o presente e o futuro, o nosso legado a estender-se por mais uma geração!

Vemos a sua personalidade maravilhosa e o seu caráter em formação, sob a orientação e responsabilidade dos pais (Graças a Deus!)

E pensamos: “Já por lá passei… É um grande desafio… No fim, vai bater tudo certo… As traquinices fazem parte da vida. Eles estão a aprender. E eles vão crescer, tornar-se pessoas de bem, pessoas fantásticas, como os seus pais…”

Os nossos pequeninos são um mundo novo de oportunidades para nós! O nosso tesouro, a nossa grande alegria! Amamo-los como nunca conseguimos amar ninguém, e nem sequer sabemos como é que isso nos está a acontecer, como é que é possível…

É maior do que nós! É um amor diferente daquele que temos pelos filhos… É uma dádiva divina, uma bênção sublime!…

Nestes dias de isolamento, sentimos a falta deles mais do que conseguimos explicar em palavras… Sentimos, profundamente, a falta de os abraçar, de ficarmos sentados no chão a brincar com eles, como se fôssemos crianças também. Sentimos falta daquele cansaço saudável de umas boas corridas atrás deles, das gargalhadas em conjunto, até não termos força para rir mais!

Sentimos falta de lhes preparar o almoço ou o lanche, de os levar a sítios onde têm de ir, de cantarmos juntos no carro! Sentimos falta de fazer rimas divertidas, ler e contar histórias, responder às suas perguntas incríveis e mostrar como se fazem, de forma simples, coisas que lhes parecem muito difíceis!

A maioria dos avós tem a possibilidade de contactar os seus pequeninos por telemóvel ou por vídeo-chamada. Que bênção! Como estou grata ao Senhor por esses meios tecnológicos, que me permitem ver e ouvir os meus netos todos os dias! Ali ficam eles, mesmo à frente dos meus olhos, com toda a sua vivacidade! Não posso tocar-lhes, mas posso vê-los. Sinto-me grata, tão grata por esses momentos!

Durante o dia, oro por eles e pelos seus pais. Peço ao Senhor que guarde a cada um deles e que os leve em segurança até ao fim desta espécie de guerra que estamos a viver. Oro para que o Senhor alivie o cansaço dos pais, que os fortaleça, anime e ajude em todas as suas tarefas, tanto no cuidado das crianças como no teletrabalho. Oro para que Deus lhes dê a perspetiva melhor do que lhes está a acontecer: o privilégio de estarem mais tempo com as suas crianças, de as conhecerem melhor e de as amarem – de facto – incondicionalmente!

Avós, sei perfeitamente como se sentem. Não se desesperem, não fiquem ansiosos, lancem para longe a tristeza e a depressão. Tirem forças da vossa fraqueza, permaneçam saudáveis, ativos e animados! Este tempo vai chegar ao fim e os vossos netos vão querer recuperar todo o tempo perdido! Vão precisar de todos os abraços que estão a ser armazenados agora, de todo o amor e de toda a compreensão. Em breve eles irão “invadir” a vossa casa e a vossa vida com aquela alegria especial, que só eles têm!

Esperar com paciência no Senhor é uma arte que se aprende… Vamos aprendê-la?

 

 

Clarisse Barros
Professora e Escritora

Unidos no Amor e na Esperança

820 360 Aliança Evangélica Portuguesa

 

Mensagem conjunta de Páscoa 2020 de lideres cristãos em Portugal

Vivemos um tempo particular da nossa história coletiva. Súbita e inesperadamente fomos confrontados com desafios e exigências que nunca tínhamos imaginado. Ficámos privados da liberdade de circulação, impossibilitados de estar juntos e sujeitos a uma ameaça latente capaz de fazer perigar a própria vida. A pandemia do Coronavírus atingiu-nos por igual, sem exceção de classe social, económica ou religião. Percebemo- nos iguais na nossa comum humanidade e necessitados uns dos outros para ultrapassar um desafio que só poderá ser vencido com o trabalho e a união de todos. A indiferença tem dado lugar à solidariedade ativa e a defesa do valor sagrado da vida expressa-se no particular cuidado para com os mais débeis e idosos.

Damos graças a Deus pelos inúmeros exemplos de altruísmo e de profunda dedicação ao próximo a que diariamente assistimos na sociedade portuguesa, nas suas diversas áreas e em particular na área da saúde. Num contexto de dor e de tristeza, o seu testemunho com risco da própria vida, acalenta a esperança no futuro e confere um sentido ao sofrimento vivido. As nossas orações e a nossa solicitude pastoral estão com todos os que choram a perda dos seus queridos e com os que vivem com angústia as exigências do tempo presente.

A celebração da Páscoa que se avizinha e que nos congrega enquanto cristãos, remete- nos para o nosso batismo comum em Jesus Cristo. E no assumir conjunto da nossa vocação batismal redescobrimos que a identidade cristã é estar com Jesus. Neste tempo, de um modo muito profundo, percebemo-Lo presente na intimidade de Deus Pai e na comunhão plena e vivida com todos os que sofrem. Como discípulos de Cristo ressuscitado, e na rica diversidade das tradições que nos identificam, estamos conscientes da importância de estarmos cada vez mais unidos no anúncio e no testemunho do Amor de Deus.

Oramos pelos que nos governam e têm responsabilidades coletivas e apelamos a que todos os cristãos e homens e mulheres de boa vontade se unam cada vez mais, em amor e em serviço.

Oramos também para que o Tempo Pascal nos traga paz, confiança e esperança num futuro melhor.

Aleluia ! Cristo ressuscitou !

Uma Santa e Feliz Páscoa para todos!

 

Subscrevem a Mensagem conjunta de Páscoa : (por ordem alfabética)

Dr. António Calaim – Presidente da Aliança Evangélica Portuguesa
Bispo Jorge Pina Cabral – Igreja Lusitana (Comunhão Anglicana)
Bispo D. Manuel Linda – Diocese Católica Romana do Porto
Pastor Miguel Jerónimo – Diretor Executivo da Sociedade Bíblica
Pastor Paulo Medeiros Silva – Presidente da Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal Reverendo Cónego Philip Bourne – Igreja Inglesa de St. James’ Porto
Bispo Sifredo Teixeira – Igreja Evangélica Metodista Portuguesa

Mudanças necessárias!

957 637 Aliança Evangélica Portuguesa

Vivemos um tempo de grande perplexidade, medo, preocupação, privação. Como cristãos, é a oportunidade de aprofundar a nossa fé. Como Jeremias, podemos dizer: “Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança: Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade!” Lm 3:21-23

O sofrimento é esperado num mundo que jaz no maligno. Em vez de nos chocarmos com o mal, nós devíamos surpreender-nos com o bem, com o facto de continuarmos amados por Deus, com a bondade de Deus manifesta de inúmeras maneiras – o sol continua a brilhar, a natureza renova-se – e, principalmente, Cristo provou o Seu amor na cruz.

C.S Lewis diz que o sofrimento é o megafone de Deus. É legítimo orar para Deus aliviar o sofrimento, mas precisamos também de perceber a mensagem que Deus está a enviando à humanidade, à sua igreja e a cada um de nós.

Não pretendo ser porta-voz de Deus, mas apenas sugerir algumas linhas de reflexão.

Para a humanidade: esta pandemia mostra que somos todos afetados pelo que acontece na terra, mesmo se for do outro lado do mundo. Mostra que o desenvolvimento tecnológico não se acompanhou de um desenvolvimento social equilibrado. E este desequilibro torna a vida muito precária. Somos frágeis, vulneráveis e efémeros. Daí a necessidade de sermos solidários, de rever as nossas prioridades, este modelo económico insustentável, a grande desigualdade social, a falta de investimento em saúde, saneamento básico e educação, principalmente nos países mais pobres. Como cidadãos, precisamos rever os nossos padrões de consumo, consumir menos bens materiais e mais bens culturais, gerar menos lixo e gastar menos recursos finitos da terra, apoiar ações solidárias em direção aos excluídos, aos que sofrem, aos desfavorecidos. É notável que, enquanto homens morem asfixiados pelo vírus, a natureza respira, a poluição diminui.

Para a Igreja: perceber que sua essência são as pessoas, que precisamos de investir mais em pessoas que em locais, priorizar o exercício da fé em família, nas casas. Zelar pela qualidade dos nossos vínculos familiares. Rever os nossos modelos e padrões religiosos para promover o exercício dos dons. Não há membro inútil no corpo. No entanto, muitos se contentam em assistir ao culto e, no máximo, contribuir financeiramente. Somos todos sacerdotes, todos missionários e discípulos de Cristo. Chamados a aprender a amar e servir a Deus no outro. Talvez o primeiro passo seja realmente confessar as nossas falhas e omissões e iniciar um processo de mudança: orando e tomando iniciativas. Lembremos 2 Cr 7:13,14 “Se eu fechar os céus, e não houver chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra; ou se enviar a peste entre o meu povo; E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”

Individualmente: Deus convida-nos a nos aquietar, entrar no quarto do nosso coração e nos aproximar para aprofundar a nossa intimidade com Ele. Deus convida-nos a derramar o nosso coração e a receber a Sua paz, Fp 4:6,7 “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.” Aprofundar a nossa intimidade é também aprender a silenciar para ouvi-Lo através da Sua Palavra e das revelações que Ele quiser nos dar.

A partir do seu acolhimento incondicional, podemos olhar para dentro de nós neste tempo de quarentena e de quaresma para identificar e confessar aquilo que distorce a Sua imagem em nós. O pecado distorce a nossa visão de nós mesmos e do mundo. Assim como Jesus curou o cego, ele quer hoje curar a nossa cegueira espiritual.

Que possamos enxergar na Sua Luz para iluminar outros. Sigamos o conselho de Paulo aos Ef 5:8-10 “Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz, pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade; e aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor.”

Resumindo: Vamos lavar as mãos e também o coração. Aproveitar este tempo de quaresma/quarentena para refletir sobre a nossa vida, as nossas escolhas, confessar os descaminhos e reorientar a nossa vida de acordo com os valores do Reino, cuidando do nosso coração, do próximo e do mundo que Deus nos confiou.

Estamos vivendo uma crise. Crise, no ideograma chinês é perigo e oportunidade. Se tirar o s, sobra crie! É oportunidade de desenvolver novas habilidades e delinear novas prioridades. Uma paragem para gerar um recomeço. A Graça é a possibilidade de recomeçar sempre!

Que todo o sofrimento deste período seja revertido em transformação para nos tornar mais parecidos com Cristo! Amém!

 

Isabelle Ludovico da Silva
Psicóloga clínica com especialização em Terapia Familiar Sistémica.

isabelle@ludovicosilva.com.br

O SENTIR DE UMA CIDADE

960 638 Aliança Evangélica Portuguesa

Como se fossemos numa viagem, ao ler a Bíblia encontramos diferentes paisagens, climas, ambientes, dinâmicas e preocupações em cidades daquele tempo.

Quatro cidades

Curioso é que, por vezes, também descobrimos “sentimentos” nestas cidades. É verdade, o texto refere o “pulsar do coração” desta e daquela cidade, como se de uma pessoa se tratasse. Recordemos aqui algumas delas:

Belém: Cidade comovida

“Assim, pois, foram-se ambas, até que chegaram a Belém; e sucedeu que, entrando elas em Belém, toda a cidade se comoveu por causa delas, e diziam: Não é esta Noemi?” (Rute 1:19)

Susã: Cidade confusa

“Os correios, pois, impelidos pela palavra do rei, saíram, e a lei se proclamou na fortaleza de Susã; e o rei e Hamã se assentaram a beber; porém a cidade de Susã estava confusa.” (Ester 3:15)

Jerusalém: Cidade perturbada

“E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.” (Mateus 2:3)

Samaria: Cidade alegre

“E havia grande alegria naquela cidade.” (Actos 8:8)

E a sua cidade?

Que adjectivo lhe atribuiria, hoje? Como se sente a sua cidade? Possivelmente sente o mesmo que a minha. Há lojas fechadas, edifícios escolares silenciosos, ginásios sem movimento, ruas quase desertas. As nossas cidades estão perplexas, receosas, perante a propagação rápida do coronavírus e todos os perigos daí decorrentes. O que lhe caberá fazer?

“Ah, mas eu, sozinha, pouco poderei fazer pela minha cidade…” Talvez seja este o seu pensamento. Contudo, acredito que cada um(a) de nós pode fazer mais do que imaginamos. É que, nos quatro exemplos acima referidos, o sentimento de cada uma das cidades foi despertado por uma pessoa só. Veja:

Belém – o regresso de Noemi

Susã – a perversidade de Hamã

Jerusalém – a perturbação de Herodes

Samaria – a pregação de Filipe

Deixe que Deus a use, como Ele quiser, em favor da localidade onde vive.

Duas ideias

Aqui estão elas:

– Cumprir à risca tudo aquilo que tem sido recomendado, sem banalizar as informações oficiais que vamos tendo sobre a situação e valorizando a experiência de outros países onde o vírus fez adoecer primeiro. 

– Reconhecer o amor de Deus pelas cidades e o Seu poder para curar a terra, e interceder em oração, lembrando estas Suas palavras: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” (II Crónicas 7:14)

Nestes dias, li algures esta frase: “Não está tudo bem, mas vai ficar.” Acredito que sim, confiando no amor e na protecção do nosso Deus.

Para todas, um fim-de-semana abençoado.

Bertina Coias Tomé
Psicóloga, Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde e Psicologia Comunitária

Os cristãos e o estado de emergência

856 501 Aliança Evangélica Portuguesa

O estado de emergência é uma medida constitucional de suspensão de direitos dos cidadãos, podendo ser declarado em casos de exceção, designadamente “de calamidade pública” (art.º 19.º, n.º 2, da Constituição); só quando as situações sejam de maior gravidade pode ser decretado o estado de sítio.

O n.º 4, do art.º 19.º, da Constituição prescreve que a declaração e execução do estado de emergência “deve respeitar o princípio da proporcionalidade e limitar-se, nomeadamente quanto às suas extensão e duração e aos meios utilizados, ao estritamente necessário ao pronto restabelecimento da normalidade constitucional”.

A declaração de estado de emergência não concede discricionariedade aos agentes de autoridade, pois deve conter “a especificação dos direitos, liberdades e garantias cujo exercício fica suspenso” (art.º 19.º, n.º 5, da Constituição).

Além de ser limitado no tempo (máximo de 15 dias, ainda que passível de renovação pelo número de vezes necessário, caso se mantenham os pressupostos), “em nenhum caso pode afetar os direitos à vida, à integridade pessoal, à identidade pessoal, à capacidade civil e à cidadania, (…) e a liberdade de consciência e de religião” (art.º 19.º, n.º 6, da Constituição).

Assim, é possível que a declaração de estado de emergência imponha a ordem de permanência na habitação, será admissível a saída em situações de “força maior” ou “necessidade”, designadamente para comprar alimentos, produtos farmacêuticos, ir ao médico, trabalhar, cuidar de idosos ou menores que estejam dependentes ou sejam vulneráveis.

Quanto à liberdade de consciência e de religião, o art.º 41.º, n.º 1, da Constituição prescreve que é inviolável. “Ninguém pode ser perseguido, privado de direitos ou isento de obrigações ou deveres cívicos por causa das suas convicções ou prática religiosa. Ninguém pode ser perguntado por qualquer autoridade acerca das suas convicções ou prática religiosa” (art.º 41.º, n.º 2 e 3, da Constituição).

A declaração de estado de emergência não pode proibir a prática de culto religioso, celebração de funerais ou casamentos. Mas pode estabelecer restrições do número máximo de pessoas reunidas, bem como à adoção de medidas organizacionais que consistem em evitar multidões, dependendo das dimensões e características dos locais, de modo a garantir aos assistentes a possibilidade de respeitar uma determinada distância (v.g. 1 metro ou mais). Atualmente, ainda sem estado de emergência, ao abrigo das medidas de exceção aprovadas em Conselho de Ministros, já é proibida a reunião com 100 pessoas ou mais; a declaração do estado de emergência pode impor uma restrição ainda maior (50, 30, 20).

Sabemos que “mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29). A obediência (a Deus) é a evidência da nossa confiança em Deus, pois Ele é Fiel (1Coríntios 10:13; 1João 1:9), nos confirma e guarda do maligno (2Tessalonicenses 3:3); Ele mantém a Sua aliança e bondade eternamente (Deuteronómio 7:9). Por causa da Sua fidelidade, podemos crer nas Suas promessas (Hebreus 10:23); “a palavra do Senhor é verdadeira; Ele é fiel em tudo o que faz” (Salmo 33:4).

A declaração de emergência, contudo, não impede que falemos da Bíblia, da salvação que há em Cristo Jesus, que comuniquemos das diversas formas disponíveis, incluindo as redes sociais, videoconferência, etc..

Por outro lado, de acordo com Romanos 13:1, os cristãos devem submeter-se às autoridades, sabendo que “quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação” (Romanos 13:2).

Devemos ser exemplo perante o mundo; não podemos ser causa de escândalo nem desordem; “sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza” (1 Timóteo 4:12); “Admoesta-os a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam e estejam preparados para toda boa obra; que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda mansidão para com todos os homens” (Tito 3:12).

Obedeçamos às autoridades, sejamos o exemplo e não a causa de dano algum, pois dessa forma também obedecemos a Deus, orando e vigiando (Mateus 26:41) — “Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos (1 Coríntios 16:13).

Efésios 6:5-8, 10,11 13-18:
“(…) obedecei a vosso senhor segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo, não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus;
Servindo de boa vontade como ao Senhor e não como aos homens, sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre;
(…) No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; (…)
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.
Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, e calçados os pés na preparação do evangelho da paz; tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.
Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos”.

Joel Pereira
Juiz

Convocação à Igreja para Um Dia de Oração e Jejum Nacional – 22 de Março, Domingo

967 628 Aliança Evangélica Portuguesa

“Seja corajoso! Vamos lutar com firmeza pelo nosso povo e pelas cidades do nosso Deus. E que seja feita a vontade de Deus, o SENHOR!” I Crónicas. 19:13

Tempo de tomar uma posição.

Estamos a viver dias difíceis, com o país a sofrer com a pandemia do covid-19. Como Igreja, não o podemos ignorar e somos impelidos a tomar uma atitude e a interceder pela Nação, conforme a Bíblia assim nos indica. Simultaneamente, as igrejas locais devem manter uma postura ativa de apoio solidário para com os mais necessitados. Portanto, Oração e Ação caminham juntas!

Ao constatarmos isso, temos que nos posicionar, sabendo que Deus não abandonou a Sua Igreja, mas requer dela um posicionamento. A Bíblia diz: “Pela bênção dos sinceros se exalta a cidade; mas pela boca dos ímpios é derrubada” (Provérbios. 11:11). Vejamos então alguns desses posicionamentos:

Em primeiro lugar, vamos separar um momento de oração!

Que em cada igreja, em cada casa, seja separado o dia 22 de Março para um tempo de oração em jejum, em favor da nossa Nação, das autoridades, da Igreja, das famílias, dos profissionais de saúde e das pessoas infetadas. Também a favor da nossa economia e, que todos em conjunto, possamos em concordância ao meio-dia clamar a Deus.

Esta é a oração de Davi, pedindo paz para a cidade: “Haja paz dentro de teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácios” (Salmos 122:7). Devemos pedir ao Senhor que coloque um muro de proteção em volta desta nação, de cada lar e da Igreja. Por isso, e mais do que nunca, é importante que o povo de Deus da nossa nação se junte em oração, discernindo o tempo em que vivemos. O inimigo de nossa alma tenta intimidar-nos e destruir-nos, por isso é importante que a Igreja se levante como povo de Deus e com autoridade espiritual na cidade e na nação.

Precisamos acordar para este momento que é vital, pois enquanto as autoridades terrenas têm tentado impedir o avanço desta peste, a autoridade instituída por Deus na terra, que é a Igreja do Senhor, tem, por intermédio da oração e também de ações práticas, o poder para impedir que esta destruição continue e aumente, repreendendo e resistindo a esses poderes.

Por isso o nosso clamor: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia de mim, porque a minha alma confia em Ti; e à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades” (Salmos 57:1)

Em segundo lugar, que haja arrependimento!

É importante que haja arrependimento e que a Igreja peça perdão, pelo pecado e pelos atos de injustiça da nação, pois o pecado e a injustiça em qualquer nível leva à violência. Suplicamos a intervenção e a misericórdia de Deus. Clamemos ao Deus de paz, pela nossa casa, pela nossa rua, pelo nosso bairro, pela nossa cidade, pela nossa nação, pelas autoridades do nosso país, para que sobre eles venha sabedoria vinda do Senhor, lembrando que a oração do justo pode muito em seus efeitos. “… orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tiago 5.16.

Igreja,

O Senhor convoca-nos para este tempo especial para que, em unidade e intercessão, juntos possamos curvar-nos com o rosto em terra e humilharmo-nos diante do nosso Deus, para que Ele sare a nossa nação. Vamos atender a esta convocação do Senhor. Vamos posicionar-nos numa oração sincera para que nós, e nossa família e país, possamos todos experimentar uma visitação de Deus.

Em Cristo nós somos autoridade. N’Ele somos a diferença. “….e se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a Minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então Eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” (2Crónicas 7:14)

Que Deus vos abençoe, no Nome de Jesus.

Por uma nação coberta com oração;

Unir para Agir e Mobilizar para Transformar!

Pr. Samuel Fernandes

Coordenador da assessoria de oração da Aliança Evangélica Portuguesa

Vamos orar!

1029 768 Aliança Evangélica Portuguesa

Vamos orar!

  1. Pelo fim do avanço do COVID 19;
  2. Pelos profissionais de saúde;
  3. Por todos aqueles que estão doentes;
  4. Pelas nossas autoridades e respetivas decisões;
  5. Pelas famílias enlutadas;
  6. Pela igreja em Portugal e em todo o mundo;
  7. Oportunidade para partilhar as Boas Novas;
  8. Para que não haja uma recessão económica.

2 Crónicas 7:13-15

Oração em tempos de crise do COVID-19

644 312 Aliança Evangélica Portuguesa
Em nome da Aliança Evangélica Mundial, o seu Secretário Geral Bispo Efraim Tendero fez a seguinte oração neste tempo de pandemia de Covid-19.

Nosso Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, como Teus filhos que vivem em todos os cantos do mundo, estamos hoje diante de Ti para interceder pelas nossas nações, atualmente quase todas afetadas ou ameaçadas pelo COVID-19. Louvamos-Te porque não dormes nem descansas, e guardas os nossos países e os nossas populações, especialmente em tempos perigosos como estes.

O nosso socorro vem de Ti. Clamamos pela Tua misericórdia e pela Tua proteção contra este vírus. Declaramos que somente Tu és o nosso refúgio – o nosso lugar de segurança. Oramos para que protejas a nossa população desta doença mortal e que salves as nossas terras desta perigosa armadilha.

Concede aos governos e aos vários líderes nacionais e locais a sabedoria e o entendimento ao estabelecerem e implementarem diretrizes, medidas e estratégias no combate ao COVID-19.

Capacita as nossas autoridades de saúde e equipas médicas com a Tua força e poder, enquanto atendem os doentes e os que estão vulneráveis, e faz com que que esta pandemia passe rapidamente. Dirige os médicos cientistas de todo o mundo que trabalham com todo o esforço para encontrar o antídoto para o COVID-19.

Nestes tempos de insegurança, concede-nos a Tua graça e paz para permanecermos calmos e vencermos o medo, porque o espírito de temor não vem de Ti. Em vez disso, Tu nos deste fé, esperança e amor. Tu nos deste poder e uma mente sadia. A Tua palavra diz “Tu guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme, porque em Ti confia.”

Ajuda-nos a refletir a imagem de Jesus Cristo ao cuidar dos menos abastados, que já dificilmente podiam comprar as suas necessidades diárias e ficam vulneráveis à medida que pessoas mais ricas colocam as lojas vazias. Move-nos para estender abnegadamente o conforto e ajudar os solitários e isolados, assim como nós recebemos conforto de Ti em momentos de dificuldade.

Por fim, oramos para que, no meio desta pandemia, Tu nos una em amor, juntes as nossas nações em paz e tragas esperança e cura para as nossas terras com a Tua graça e o Teu poder. Em nome de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, oramos, AMÉM.

Bispo Efraim Tendero

Secretário Geral

Aliança Evangélica Mundial

Os mais de dois bilhões de cristãos atuais no mundo são representados por três órgãos da igreja mundial. A Aliança Evangélica Mundial (WEA em inglês) é uma delas, servindo a mais de 600 milhões de evangélicos. Lançada em 1846 para unir evangélicos de todo o mundo, a WEA continua a ser um movimento dinâmico, com 9 alianças evangélicas regionais e 134 nacionais e mais de 150 organizações membros. A missão da WEA é estabelecer e fortalecer alianças evangélicas regionais e nacionais, que por sua vez capacitam a sua Igreja nacional a promover as Boas Novas de Jesus Cristo e a realizar transformações pessoais e comunitárias para a glória de Deus.

Para mais informações, visite Worldea.org

Coronavírus – Recomendações/Palavras do Presidente da AEP

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A Aliança Evangélica Portuguesa continua a acompanhar a evolução da  COVID-19.  O conhecimento atual acerca do desenvolvimento desta doença é ainda parcial.  A sua transmissão é, porém, muito rápida. Este é um tempo que exige medidas urgentes, tendo em vista o mitigar desta pandemia. Para além de todas as indicações sanitárias da Direção Geral de Saúde e das recomendações enviadas por nós anteriormente, recomendamos ao momento que:

1 – As igrejas e comunidades evangélicas não abram as suas portas para cultos e outras atividades durante, pelo menos, duas semanas. O uso da tecnologia poderá ser uma excelente ferramenta para, por exemplo, transmitir as celebrações, gravar mensagens/pregações e disponibilizar online, partilhar conteúdos devocionais, estudos bíblicos e outros por email, redes sociais e afins.

2 – Em ambiente familiar, levemos a efeito o culto doméstico, procurando ensino na Palavra de Deus. Haverá tempo para orar e testemunhar da Graça de Deus.

3 – Procuremos interagir através do telefone ou das redes sociais, mantendo o contacto com irmãos e amigos. Em especial, com os mais idosos e vulneráveis, dando ânimo uns aos outros e auxiliando em questões práticas, se possível e necessário.

Informamos que, no próximo domingo, dia 15, pelas 17:15, iremos transmitir o programa “Caminhos”, na RTP2 sobre “Coronavírus: Considerações e Desafios”. Este programa conta com a participação do Pr. Jorge Humberto (anterior presidente da Aliança Evangélica e representante da AEP no Grupo de Trabalho Inter-Religioso Religiões e Saúde) e do Dr. Filipe Silva (Médico e Presidente da Associação Cristã Evangélica de Profissionais de Saúde de Portugal).

Sem alarmismo, sejamos prudentes face à situação atual. Que as nossas orações possam chegar até ao nosso Deus, como cheiro suave, lembrando os nossos governantes, os profissionais de saúde, e todos aqueles diretamente afetados por esta doença.

Lembremo-nos que a nossa esperança está em Deus, dando graças pela nova vida que temos em Jesus!

Pela Direção da Aliança Evangélica Portuguesa

António Calaim
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