“O maior orgulho e alegria para os velhos são os seus netos;” (Provérbios 17:6, A Bíblia Viva)
Olhamos para os nossos netos e vemos o que os pais deles ainda não conseguem ver completamente: vemos a sua perfeição, a sua inteligência, perspicácia, alegria e força de viver, o reflexo dos próprios pais e o nosso reflexo também; vemos o presente e o futuro, o nosso legado a estender-se por mais uma geração!
Vemos a sua personalidade maravilhosa e o seu caráter em formação, sob a orientação e responsabilidade dos pais (Graças a Deus!)
E pensamos: “Já por lá passei… É um grande desafio… No fim, vai bater tudo certo… As traquinices fazem parte da vida. Eles estão a aprender. E eles vão crescer, tornar-se pessoas de bem, pessoas fantásticas, como os seus pais…”
Os nossos pequeninos são um mundo novo de oportunidades para nós! O nosso tesouro, a nossa grande alegria! Amamo-los como nunca conseguimos amar ninguém, e nem sequer sabemos como é que isso nos está a acontecer, como é que é possível…
É maior do que nós! É um amor diferente daquele que temos pelos filhos… É uma dádiva divina, uma bênção sublime!…
Nestes dias de isolamento, sentimos a falta deles mais do que conseguimos explicar em palavras… Sentimos, profundamente, a falta de os abraçar, de ficarmos sentados no chão a brincar com eles, como se fôssemos crianças também. Sentimos falta daquele cansaço saudável de umas boas corridas atrás deles, das gargalhadas em conjunto, até não termos força para rir mais!
Sentimos falta de lhes preparar o almoço ou o lanche, de os levar a sítios onde têm de ir, de cantarmos juntos no carro! Sentimos falta de fazer rimas divertidas, ler e contar histórias, responder às suas perguntas incríveis e mostrar como se fazem, de forma simples, coisas que lhes parecem muito difíceis!
A maioria dos avós tem a possibilidade de contactar os seus pequeninos por telemóvel ou por vídeo-chamada. Que bênção! Como estou grata ao Senhor por esses meios tecnológicos, que me permitem ver e ouvir os meus netos todos os dias! Ali ficam eles, mesmo à frente dos meus olhos, com toda a sua vivacidade! Não posso tocar-lhes, mas posso vê-los. Sinto-me grata, tão grata por esses momentos!
Durante o dia, oro por eles e pelos seus pais. Peço ao Senhor que guarde a cada um deles e que os leve em segurança até ao fim desta espécie de guerra que estamos a viver. Oro para que o Senhor alivie o cansaço dos pais, que os fortaleça, anime e ajude em todas as suas tarefas, tanto no cuidado das crianças como no teletrabalho. Oro para que Deus lhes dê a perspetiva melhor do que lhes está a acontecer: o privilégio de estarem mais tempo com as suas crianças, de as conhecerem melhor e de as amarem – de facto – incondicionalmente!
Avós, sei perfeitamente como se sentem. Não se desesperem, não fiquem ansiosos, lancem para longe a tristeza e a depressão. Tirem forças da vossa fraqueza, permaneçam saudáveis, ativos e animados! Este tempo vai chegar ao fim e os vossos netos vão querer recuperar todo o tempo perdido! Vão precisar de todos os abraços que estão a ser armazenados agora, de todo o amor e de toda a compreensão. Em breve eles irão “invadir” a vossa casa e a vossa vida com aquela alegria especial, que só eles têm!
Esperar com paciência no Senhor é uma arte que se aprende… Vamos aprendê-la?

Clarisse Barros
Professora e Escritora