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Os pais são perfeitos? – Clarisse Barros

Os pais são perfeitos? – Clarisse Barros

1280 853 Aliança Evangélica Portuguesa

Num serão tranquilo, a mãe estava a ler para o João, de cinco anos, algumas páginas de um livro novo. O livro falava sobre os pais e os filhos, os seus comportamentos, as suas atitudes e as suas escolhas… A certa altura, surgiu uma questão interessante: “Os pais são perfeitos ou têm sempre razão?” A mãe olhou para o rostinho atento do João e perguntou-lhe: “O que achas, João?” A resposta do menino não demorou: “Os pais são perfeitos, mas nem sempre têm razão!”

Quanto amor, quanta compreensão e quanta verdade numa frase tão pequena! Que olhos tão puros e tão preciosos estes, que veem os pais como pessoas perfeitas, apesar das suas falhas! No início das Escrituras lemos que o Senhor criou o homem à Sua imagem e semelhança:

“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; (…) Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Génesis 1:26-27)

Mas depois, um pouco mais à frente na Bíblia, após a entrada do pecado no mundo, lemos que Adão gerou um filho à sua própria imagem:

“Viveu Adão cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e lhe chamou Sete.” (Génesis 5:3)

A perfeição de Deus foi substituída pela imperfeição humana. O amor, no entanto, traz-nos de volta à semelhança do Criador, o Deus de amor. E, nesse amor pelos filhos, os pais são quase “perfeitos”, mas todos sabemos que nem sempre temos razão… Então, o que devemos fazer quando nos damos conta de que não dissemos as palavras certas, ou não tivemos a atitude correta, de que não tivemos razão ou não fomos “perfeitos”? Humildemente, admitir o erro e pedir perdão – é o que devemos fazer. Também é importante reconquistar a confiança dos filhos, quer sejam crianças, quer sejam adultos. Isso requer tempo, esforço, doação e entrega à missão de sermos pais. Eles precisam saber que os valorizamos acima das outras coisas da vida. Eles precisam saber que são mais importantes do que a carreira profissional dos pais, ou a aquisição de bens, ou as viagens, o lazer, o grupo de amigos, os projetos pessoais e tudo o que é menor do que Deus na nossa vida. Eles precisam saber que os pais erram mais vezes do que gostariam, mas o seu amor é incondicional, um bocadinho semelhante ao amor de Deus, apesar de tudo.

“Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados.” (1 Pedro 4:8)

Clarisse Barros
Professora e escritora

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