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Rev. Paulo Irwin Torres 1949-1955

Herdeiro de tradição protestante de várias gerações por via materna, Paulo Irwin Torres nasceu em Lisboa a 19 de dezembro de 1890, filho de Augusto Ferreira Torres, pastor da igreja lusitana de São Paulo, em Lisboa, e de Virgínia Irwin Torres, professora da escola que lhe estava anexa; casados desde 1882, já então eram pais de Abel. Augusto tinha sido um dos primeiros convertidos à fé protestante, na comunidade de matriz episcopal estabelecida em Lisboa desde 1867 pelo antigo presbítero católico espanhol Ângel Herreros de Mora. Virgínia era filha de um protestante irlandês e de uma senhora portuguesa. Apesar de jovem, Augusto Torres viria a tornar-se um dos mais notados líderes da igreja lusitana e um dos seus mais apreciados pregadores, mas acabou os seus dias com apenas 35 anos. Educado nos princípios e valores evangélicos de seus pais, Paulo Irwin Torres viria a demonstrar vocação de pregador logo aos 17 anos, com o seu primeiro sermão anunciado a 13 de abril de 1908 na congregação lusitana em Setúbal, cidade em que passou parte da sua infância após o falecimento do pai. Tornou-se um pregador e divulgador das Sagradas Escrituras ao serviço da Sociedade Bíblica, tendo a sua primeira ligação ao meio congregacional, servindo como evangelista da Igreja Evangélica Lisbonense, em 1914, mas logo no ano seguinte fundou a que mais tarde seria a Igreja Evangélica Nacional, sem ligação a qualquer movimento denominacional então existente no país. A sua ligação aos batistas começara quando Torres era ainda colportor, mas só em 1922, após diversos contactos prévios, a congregação de que era pastor viria a tornar-se a Primeira Igreja Baptista de Lisboa, mais concretamente a 20 de agosto, em que cerca de 20 crentes foram imersos nas águas do rio Tejo. Viria a servir esta igreja até ao seu falecimento, embora a partir de 1959 tenha contado com a colaboração de Celestino de Oliveira, seu genro, como pastor dessa mesma comunidade. A sua personalidade e talentos multifacetados levaram-no a ser um evangelizador nato, mais até do que pastor, segundo o missionário João Jorge de Oliveira, daí resultando o surgimento de pontos de pregação, missões, igrejas, um pouco por todo o país, mas em particular na cidade e região de Lisboa. Foi também um pregador eloquente, herdando de seu pai esse dote. Dedicou-se à escrita e à edição colaborando com várias publicações periódicas como O Evangelizador, que fundou, Cristão Baptista, Semeador Baptista, entre outros. Promoveu iniciativas que agregavam centenas de pessoas, entre as quais os Congressos Evangelísticos e as Semanas da Mocidade. A sua faceta de organizador levou-o a servir diversas organizações como a União Cristã da Mocidade, ainda jovem, e mais tarde como presidente da Convenção Baptista Portuguesa, por sucessivos mandatos. Quando ao fim de quase 25 anos Eduardo Moreira se retirou da presidência da Aliança Evangélica Portuguesa numa época de grandes tensões internas, o escolhido para o substituir pela comunidade protestante no país foi Torres, que desempenhou essa função por dois mandatos. Foi casado com Isabel Zina Lino desde 1912, com quem teve 4 filhos e 3 filhas. Faleceu na cidade onde sempre habitou a 28 de junho de 1966.

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