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Pr. Guido Valdemar de Oliveira 1955-1967

De seu nome completo Guido Waldemar Marreca Pery de Linde Abreu Oliveira nasceu em Lisboa a 18 de julho de 1902, sendo filho de Eduardo J. Abreu Oliveira, que chegou a capitão de fragata da marinha, e de Clotilde Alice Marreca Pery de Linde, descendente de nobres e antigas famílias com origens flamengas presentes em Portugal desde o século XVI. Com sólida formação académica, conhecedor de diversas línguas estrangeiras, desenvolveu atividade profissional no setor bancário desde cerca de 1919, designadamente no Banco Colonial e Agrícola Português. Ainda muito jovem, converteu-se à fé evangélica, passando a integrar a partir de 17 de agosto de 1921, a assembleia dos irmãos que se reunia na travessa de Santa Catarina, em Lisboa, fundada em 1907 por Charles e Mary Swan, previamente missionários em Angola que chegaram a Portugal em 1904, para o que contaram com a ajuda de Robert MacGregor. Com o falecimento de Swan, a 30 de novembro de 1934, Oliveira assumiu a principal responsabilidade na congregação do Bairro Alto, embora mantendo a sua atividade profissional. Em abril de 1935 viria a enfrentar aquele que provavelmente foi o maior desafio da sua vida, ao deixar o seu emprego para se tornar o agente em Portugal da Sociedade Bíblica, em substituição do veterano Robert Moreton. A experiência não seria bem sucedida pois, provavelmente fruto dos intensos anos de trabalho precedentes, Oliveira acabou por ser acometido de um esgotamento nervoso, não lhe sendo reconhecidas capacidades para continuar a exercer a função para que tinha sido contratado. Assim, ao fim de apenas seis meses, aquele que havia sido o primeiro agente de nacionalidade portuguesa da Sociedade Bíblica em mais de sete décadas, viria a dar lugar novamente a um estrangeiro, embora já bem conhecido em Portugal, o missionário suíço Paul Valon. Guido Waldemar Oliveira retomaria depois a sua atividade profissional, nunca tendo deixado de assumir as mais diferentes responsabilidades no contexto evangélico nacional, no âmbito da pregação, da escrita e edição de literatura evangélica, da dinamização do trabalho juvenil – sendo aí conhecido como «tio Guido» – e em muitas outras valências. De 1931 até 1949 foi, juntamente com José Ilídio Freire, o grande dinamizador da Convenção do Carrascal, em Sintra. Entre 1940 e 1948 esteve ativamente envolvido nas iniciativas da Juventude Evangélica Portuguesa, na região de Lisboa, tendo dirigido também a Missão Filafricana em Angola. Em 1956 integrou a Comissão Evangélica de Rádio que tinha por objetivo ajudar os que procuravam difundir o Evangelho através da rádio em Portugal. No domínio da escrita colaborou regularmente com diversas publicações periódicas, protestantes e outras, entre os quais o jornal Correio Evangélico, dedicado inicialmente aos funcionários dos CTT, que dirigiu a partir de 1951, Semeador Baptista, Portugal d’Aquém e d’Além Mar, mas também com a preparação de publicações para a Sociedade Bíblica como A Bíblia: o Livro dos Livros (1952), A Bíblia: sua composição e divisão (1955), A Bíblia: sua história e mensagem (1956), para além de ter sido o responsável pela revisão ortográfica e gramatical da tradução bíblica de João Ferreira de Almeida. A partir de 1955 assumiu a presidência da Aliança Evangélica Portuguesa, em substituição de Paulo Irwin Torres, responsabilidade em que permaneceria até à data do seu falecimento. Foi casado com Flora Nuñez Marques Cardoso desde o início dos anos 1920, de quem teve três filhos. Faleceu em Lisboa a 6 de junho de 1967.

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