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O compromisso

O compromisso

960 650 Aliança Evangélica Portuguesa

Conta-se que, certa vez, um homem idoso foi a um Centro de Saúde para retirar os pontos da sua mão, que fora suturada. A fila de espera dos pacientes movia-se lentamente, enquanto ele olhava para o relógio, inquieto. Acabou por informar a enfermeira de que tinha um compromisso dentro de 1 hora e, por isso, estava com pressa. Então ela levou-o para uma outra sala, observou-o, consultou um dos médicos sobre o estado da mão e teve autorização para retirar os pontos. Perguntou-lhe: “ Está com pressa para ir a outra consulta médica?” Ele respondeu: “ Não, vou tomar o pequeno-almoço com a minha esposa, que está num Lar de 3ª Idade.” A enfermeira perguntou-lhe sobre a saúde da esposa e soube que tinha a doença de Alzheimer. “Ela irá ficar triste se chegar atrasado?”, perguntou. O homem respondeu-lhe que há 5 anos que ela já não o reconhecia. Surpreendida, a enfermeira questionou: “ E ainda vai vê-la todas as manhãs, apesar de ela não saber quem o senhor é?” O homem idoso sorriu e respondeu: “Sim, porque ela não sabe quem eu sou, mas eu ainda sei quem ela é!”

Apesar das circunstâncias, ele mantinha com a esposa o compromisso de amor de muitos anos, numa medida que faz lembrar o amor de Jesus pelos seus discípulos: “E tendo amado os seus, amou-os até ao fim.” (João 13:1)

Compromisso… O que é que esta palavra nos faz pensar?

Hoje em dia, nos meios comerciais, recorre-se muito à possibilidade de agir sem compromisso. “Visite o nosso andar-modelo sem compromisso”, “Assista a uma das nossas aulas sem compromisso”, “Experimente este novo modelo do carro sem compromisso”, “Peça uma simulação do empréstimo que precisa, sem compromisso”, entre muitos outros exemplos que poderíamos dar. São vantagens a aproveitar, por certo.

Contudo, na relação com Deus é totalmente diferente. Como cristãos, Ele pede-nos compromisso. “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” (Lucas 9:23)

José foi um homem realmente comprometido com Deus, determinado em ser fiel, mesmo em circunstâncias difíceis. A sua vida começou de forma privilegiada, mimado pelo pai e pela mãe, como um filho especial. Contudo, quando tinha 17 anos, tudo mudou. Os irmãos venderam-no como escravo. Foi levado para o Egipto, onde foi acusado por um crime que não cometera e acabou por ser preso injustamente. Na altura, a mãe já havia falecido e o pai não envidou esforços para o procurar, uma vez que os irmãos lhe sugeriram que ele havia morrido. Certamente que se sentiu, muitas vezes, sozinho e confuso. Porque é que a vida dele estaria a levar aquele caminho? Contudo, a fidelidade de Deus esteve sempre presente.

Tal sucedeu em casa de Potífar, onde trabalhava: “E José foi levado ao Egipto, e Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda, homem egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá. E o SENHOR estava com José, e foi homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio. Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele, e tudo o que fazia o SENHOR prosperava em sua mão, José achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha.” (Génesis 39:1-4)

E até mesmo na prisão: “E o senhor de José o tomou, e o entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam encarcerados; assim esteve ali na casa do cárcere. O Senhor, porém, estava com José, e estendeu sobre ele a sua benignidade, e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor. E o carcereiro-mor entregou na mão de José todos os presos que estavam na casa do cárcere, e ele ordenava tudo o que se fazia ali. E o carcereiro-mor não teve cuidado de nenhuma coisa que estava na mão dele, porquanto o Senhor estava com ele, e tudo o que fazia o Senhor prosperava.” (Génesis 39:20-23)

E, finalmente, viu cumprido o grande propósito de Deus para a sua vida, no dia em que foi nomeado governador do Egipto: “E tirou Faraó o anel da sua mão, e o pôs na mão de José, e o fez vestir de roupas de linho fino, e pôs um colar de ouro no seu pescoço.” (Génesis 41:42)

Ele acabou por ser também um testemunho da fidelidade de Deus para a sua família. Pouco antes de falecer, o seu pai, Jacó, assim o descreveu: “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus ramos correm sobre o muro. Os flecheiros lhe deram amargura, e o flecharam e odiaram. O seu arco, porém, susteve-se no forte, e os braços de suas mãos foram fortalecidos pelas mãos do Valente de Jacó (de onde é o pastor e a pedra de Israel).” (Génesis 49:22-24)

Como cristãos, Deus espera de nós o compromisso de O amarmos e servirmos ao longo da nossa vida, até mesmo no tempo de adversidade. Da mesma forma, Ele está comprometido em ficar próximo de nós em todos os momentos, como fez com José.

Assim, seja qual for a circunstância que estejamos a viver hoje, renovemos o nosso compromisso com Ele, na certeza de que a Sua fidelidade não nos faltará.

“Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador;” (Isaías 43:1-3)

Lurdes Lima Capucho

Evangelista

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