De acordo com os dados recentemente divulgados referentes ao inquérito nacional “Censos 2021”, dos residentes em Portugal com 15 e mais anos de idade, que voluntariamente responderam à pergunta sobre a sua pertença religiosa, 186832 afirmaram ser protestantes/evangélicos (2,13% dos respondentes). Uma parte significativa destes cidadãos integram igrejas e comunidades religiosas que estão filiadas na Aliança Evangélica Portuguesa.
Esta federação, constituída a 14 de novembro de 1921, com estatutos aprovados desde 6 de fevereiro de 1935, tem por objetivo congregar os evangélicos portugueses e representá-los perante a sociedade e o Estado. É o mais antigo e abrangente organismo de cooperação desta família cristã, contando, atualmente, como membros, mais de 700 comunidades evangélicas locais e cerca de 65 organizações, entre as quais se incluem diversos organismos ou federações das igrejas evangélicas mais representadas em Portugal.
Refira-se que esta é a primeira vez, desde que em 1864 foi realizado o I Recenseamento Geral da População Portuguesa, que a designação “evangélica” foi incluída numa categoria de pertença religiosa, o que pode ajudar a explicar o facto de ter aumentado significativamente o número de respondentes, uma vez que aqueles que se identificavam como “protestantes” em 2011 eram apenas 75571 (0,84% dos inquiridos). Na verdade, a grande maioria das pessoas que pertencem a igrejas evangélicas em Portugal autorrepresentam-se como evangélicos, embora sejam herdeiros dos princípios doutrinários da Reforma Protestante do século XVI, designadamente o reconhecimento da centralidade e da autoridade da Bíblia como Palavra de Deus.
A ampliação da identificação da categoria, que no Censos 2021 passou a ser “protestante / evangélica”, resultou de uma proposta apresentada em 2019 pela Comissão da Liberdade Religiosa ao Instituto Nacional de Estatística, por se adequar melhor à diversidade que este grupo representa, incluindo desde igrejas históricas a pentecostais. Para além desta modificação, foram ainda incluídas as categorias de “testemunhas de Jeová”, “budista” e “hindu”; não foi aceite a inclusão da categoria “crentes sem religião”.
De destacar o facto de, segundo o Censos 2021, continuar a diminuir o número total de cristãos em Portugal e de serem já mais de um milhão os que se consideram pessoas sem religião. Para os evangélicos, com comunidades organizadas no país há quase dois séculos, a Bíblia é a sua única regra de fé, sendo esta uma mensagem de crucial importância para cada indivíduo em particular e para a sociedade em geral, no que diz respeito às suas necessidades, quer sejam espirituais, morais, éticas, culturais, sociais, políticas, etc.
Para consultar em detalhe a filiação religiosa da população portuguesa, os dados podem ser visualizados aqui: