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Despertando a visão missionária nos nossos filhos

Despertando a visão missionária nos nossos filhos

956 638 Aliança Evangélica Portuguesa

Despertando a visão missionária nos nossos filhos

Como podemos despertar o coração dos nossos filhos para missões? Começo, partilhando um pouco da minha vida e de como o desejo de servir a Deus e alcançar os outros foi despertado.

Tinha 7 anos quando compreendi que era pecadora e precisava de Jesus para me salvar do castigo pelos meus pecados. Aceitei Jesus como meu salvador naquele momento. O curioso é que não foi durante uma lição bíblica ou uma pregação. Foi enquanto ouvia a história missionária de Amy Carmichael, a missionária irlandesa que dedicou à sua vida em favor das crianças indianas, cobrindo a sua pele branca com café e usando os trajes indianos para conseguir alcançar aquele povo. Aquela história teve um impacto tão profundo em mim que não só aceitei a Cristo como decidi dedicar a minha vida a Ele, queria ser como a Amy. Com 7 anos, descobri que podia ser uma missionária, independentemente da minha idade, ao contribuir para a obra missionária, ao orar pelos missionários e povos não alcançados e partilhando o que Jesus estava a fazer na minha vida. 

Assim, levava sempre a minha irmã mais nova à Classe de Boas Novas (classe bíblica para crianças que era feita ao ar livre, por alunos do Instituto Bíblico Português e missionários americanos), onde conheci o Evangelho e comecei a partilhar a minha fé com a minha família e os meus colegas na escola. Muitos dos meus colegas na escola e no bairro começaram a participar na classe, tendo a oportunidade de ouvir o Evangelho.

Com a chegada do inverno, a classe iria ter que terminar, mas o meu desejo de ouvir a Palavra era tão grande que propusemos que a classe fosse feita na nossa casa, e assim foi! Como os meus pais sempre gostaram de crianças, permitiram que a Bíblia fosse ensinada na sua casa. Com 8, 9 anos, eu tinha uma responsabilidade na classe: preparar a sala para receber os meninos e meninas e convidar os vizinhos para a mesma. Às vezes segurava os cartazes dos versículos ou dos cânticos na classe e ajudava os mais pequenos a memorizarem os versículos. A minha irmã mais nova era a minha aluna preferida! Chegámos a ter 30 crianças na nossa sala! E como eu me sentia tão útil para Deus!

Deste trabalho, muitas famílias foram alcançadas, incluindo os meus pais e irmãos, e nascia assim a nossa igreja local, onde participo até ao dia de hoje. Com 11 anos de idade, comecei a ajudar as classes dos pequeninos na Escola Bíblica Dominical e assim me tornei professora da EBD. Lembro-me que quando se falava sobre missões, os meus olhos brilhavam e o meu coração ardia! Desejava ver mais meninos e meninas de Portugal alcançados para Jesus! Toda a minha adolescência e juventude foram dedicadas ao Ensino da Palavra, na minha igreja local, na classe de Boas Novas que, entretanto, passei a dirigir e nos projetos missionários da Aliança Pró-Evangelização de Crianças de Portugal, onde que participava no Verão.

Nos tempos da universidade, envolvi-me ativamente no Grupo Bíblico Universitário e pude participar em campanhas evangelísticas e ver jovens universitários a entregar as suas vidas a Deus! Foi um tempo de crescimento, onde aprendi a fazer missões de forma integral de uma forma mais consciente: servir a Deus com o que sou, com o que tenho e no lugar onde estiver!

Deus honrou o meu desejo de O servir em todo o tempo e tive o privilégio de conciliar a minha profissão com o Ministério, trabalhando em organizações cristãs, em especial o Desafio Jovem, onde pude servir por mais de 10 anos, como psicóloga. Hoje, a minha vida é dedicada inteiramente ao trabalho da APECP, oferecendo os meus dons, os meus talentos, os meus conhecimentos, o meu tempo e a minha família para que crianças e adolescentes do nosso país possam conhecer Deus, a Sua Palavra e o Senhor Jesus como seu Salvador!

Olhando para trás, louvo a Deus pois o meu compromisso com Ele desde muito cedo na minha vida livrou-me de tantas coisas que hoje em dia são uma preocupação na vida das nossas crianças e jovens. E tudo começou aos 7 anos, quando alguém me ensinou que Deus pode usar-me, independentemente da minha idade e deu-me oportunidades de servir a esse Deus Maravilhoso. Dou graças a Deus pelos professores, líderes, irmãos que tenho tido na minha família, na minha igreja local, na APECP, no GBU, no Desafio Jovem, que acreditaram em mim, investiram na minha vida e foram usados por Deus para conduzirem ao lugar onde sempre tenho procurado estar: no centro da Vontade de Deus!

“Ensina a criança o caminho em que deve andar….” (Provérbio 22:6).

Não vamos esperar que as crianças sejam mais crescidas para servir a Deus e serem missionárias. A criança que já recebeu a Cristo recebeu também dons espirituais que deve desenvolver, no contexto da sua igreja local. Como pais, professores e líderes, precisamos perceber que Deus usa as crianças para ao Seu Reino e procurar oferecer oportunidades para que de facto elas possam cumprir o propósito de Deus para a sua geração, hoje! As crianças não são só o futuro da Igreja, elas são também o seu presente.

Se queremos ver mais alunos nas nossas Escolas Bíblicas, mais jovens a ingressarem nas agências missionárias e mais portugueses alcançados, precisamos começar desde cedo. Precisamos de uma nova geração de gente comprometida com o Evangelho e com a Obra Missionária!

 

Iolanda Melo

Psicóloga, especialista em Psicologia Clínica e da Saúde e em Psicologia da Educação

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