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Ajuda-me, Deus!

Ajuda-me, Deus!

960 640 Aliança Evangélica Portuguesa

Há uma memória que me acompanha e da qual me lembro muitas vezes sempre que alguém diz que não crê em Deus. Por mais estranho que possa parecer, essa memória aconteceu na maternidade onde nasceram os meus filhos, nos Açores. Naquele lugar, ouvi várias mulheres clamar pelo nome de Deus, enquanto sofriam as terríveis dores de parto. “Ajuda-me, Deus!” – ficou-me gravado. No meio daquela aflição tão grande, quando as suas forças começavam a falhar, muitas lembravam-se daquele que tudo pode e de quem todos precisam – Deus.

Quando em janeiro passado celebrávamos a chegada do ano 2020, com tanta alegria e com tantos novos planos traçados, nenhum de nós podia imaginar que dali a dois meses estaríamos todos fechados em casa, lutando contra um vírus terrível, que faria parar o mundo, ceifando tantas e tantas vidas.

De facto, como disse Tiago, irmão de Jesus, “Não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como uma neblina que aparece por instante e logo se dissipa.” (Tiago 4:14)

Até aqui, muitas pessoas têm vivido os seus dias certas de que têm o controlo de todas as coisas e têm excluído Deus das suas vidas. Porém, quando chegam os dias maus, com tantas adversidades, muitas delas percebem, com humildade, a sua vulnerabilidade e que a vida não faz sentido longe de Deus.

No meio desta luta tão grande, que fechou inclusivamente as portas das nossas igrejas, temos visto coisas lindas a acontecer. Os nossos cultos passaram a ser transmitidos na Internet e agora alcançam muito mais pessoas. Muitos amigos, colegas e familiares dos crentes, que nunca tinham entrado num templo evangélico, estão agora a assistir semanalmente aos cultos e a ouvir a mensagem de esperança do Evangelho. Muitos corações têm sido tocados pelo testemunho dos cristãos, pela paz e segurança com que enfrentam uma pandemia, confiando em Jesus. Muitos estão a compreender que precisam de Deus.

Por estes dias, um dos meus colegas de trabalho, até aqui ateu e com um coração muito fechado ao Evangelho, partilhou comigo que tem sentido estar a receber um “banho de humildade”. Fiquei profundamente tocada ao ouvir estas palavras.

No meio desta adversidade tão grande, Deus continua a ser o Senhor, o Soberano, sempre cheio de misericórdia pelos homens. Deus tem os seus propósitos em todas as situações e, tal como aquelas mulheres na maternidade, muitos estão agora a perceber a sua fragilidade e a clamar por socorro.

Que Deus nos ajude a viver estes tempos com sabedoria, na Sua dependência e em espírito de missão.

 

Adriana Sabino

Jurista da Direção Regional do Turismo, do Governo dos Açores, é esposa do pastor Rui Sabino e servem na Igreja Baptista de Queluz

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